Economia

Liquidação de operações no mercado de curto prazo será adiada, afirma Braga

Liquidação de operações no mercado de curto prazo será adiada, afirma Braga Liquidação de operações no mercado de curto prazo será adiada, afirma Braga Liquidação de operações no mercado de curto prazo será adiada, afirma Braga Liquidação de operações no mercado de curto prazo será adiada, afirma Braga

Brasília – O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, revelou nesta segunda-feira, 27, que a liquidação financeira das transações de compra e venda de energia realizadas no mercado de curto prazo durante o mês de junho não ocorrerá na próxima semana.

Prevista inicialmente para acontecer entre os dias 5 e 6 de agosto, a liquidação só deverá ocorrer após governo, órgãos reguladores e entidades de classe chegarem a um consenso para o imbróglio envolvendo as discussões sobre o déficit de geração hídrico, conhecido pela sigla GSF.

O avanço das discussões depende do andamento de uma reunião que ocorre neste momento no Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília, na qual estão presentes diversos executivos e técnicos do setor elétrico. Braga disse acreditar que uma proposta de consenso poderá ser apresentada até a próxima quarta-feira, de forma a permitir uma votação sobre o tema dentro da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ocorra já na próxima semana.

“Se houver acordo, isso será transformado em lei para que a gente possa estar com isso sancionado até o final de agosto”, afirmou o ministro, que participou hoje de encontro com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, em São Paulo.

Embora demonstre otimismo com a apresentação de uma proposta de consenso após a reunião que ocorre no MME, Braga deixou claro que ela ainda está em uma fase de questionamentos.

Duas semanas atrás, o ministro revelou que o governo pensava em propor aos geradores que, em contrapartida a uma mitigação do GSF, as empresas deveriam fazer investimentos em novas unidades geradoras de energia. Hoje, ele desconversou sobre o tema. “Há algumas alternativas que dependem dessas reuniões que estão acontecendo agora, para que alcancemos um consenso”, disse.

Um dos temas em análise, segundo o ministro, estaria associado à remuneração de ativos regulatórios. Braga sugeriu anteriormente que a concessão dos geradores poderia ser estendida caso as empresas fizessem investimentos em aumento de capacidade. Hoje, ele disse que a remuneração poderia ocorrer a partir da extensão de prazo ou via indenização após o fim das concessões.

Apelo

A preocupação do MME em achar uma solução para o tema ganhou novos contornos após a Justiça conceder liminares favoráveis a empresas e entidades, a partir das quais os geradores ficaram protegidos ao forte impacto provocado pelo GSF.

O déficit de geração hídrico do setor tem se mantido em aproximadamente 20% a cada mês, mas a Justiça federal entendeu que o impacto, para os geradores, seria limitado a 5%. A diferença seria assumida por geradores que não possuíam tais liminares.

A judicialização do tema obrigou o governo federal a acelerar a busca por uma solução de consenso, e também explica a visita de Braga à sede da Fiesp. “Uma das razões pelas quais eu vim aqui hoje foi fazer um apelo para que estejamos na mesa de negociação discutindo, e não judicializando (o setor) porque a conta CDE é fundamental para a estabilidade financeira do setor”, diz Braga.

Skaf, após o encontro com o ministro, confirmou que o objetivo da Fiesp é garantir a redução dos custos da energia para o consumidor. Por isso, cogitou, inclusive, entrar com uma ação contra a cobrança da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), assim já feito por uma entidade que representa grandes consumidores de energia.

“Nós estávamos prontos para entrar na Justiça e ele disse que, no momento, o tema deveria ser debatido mais um pouco”, afirmou o presidente da Fiesp. Para Skaf, a solução desse problema depende do aporte de recursos por parte do Tesouro.