Economia

Lira diz que não há compromisso de votar Carf nesta terça

Lira diz que não há compromisso de votar Carf nesta terça Lira diz que não há compromisso de votar Carf nesta terça Lira diz que não há compromisso de votar Carf nesta terça Lira diz que não há compromisso de votar Carf nesta terça

O primeiro dia de “esforço concentrado” na Câmara dos Deputados para a votação de pautas econômicas não foi exatamente como o esperado. A ideia inicial que vinha sendo trabalhada era votar na segunda-feira, 3, o projeto de lei que retoma o “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), para poder abrir caminho para outros temas cruciais, como a reforma tributária, pudessem ser votados até a sexta-feira. Mas, com quórum baixo e sem consenso sobre o texto, a votação do projeto do Carf ficou para esta terça-feira, 4.

Nem o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), porém, garantiu que a votação desse projeto será feita hoje. O relator do texto, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), apresentou ontem seu parecer. A partir de agora, ele deve fazer uma rodada de conversas com as bancadas partidárias para negociar pontos da proposta.

O projeto tramita com urgência constitucional e, por isso, passou a trancar a pauta da Câmara. Ou seja, antes de analisar a reforma tributária e as alterações do Senado no arcabouço fiscal, os deputados precisam votar o Carf.

“Não tem esse compromisso (de votar o projeto do Carf nesta terça). Vamos ver. O relator ficou de conversar com as bancadas. É um assunto sensível para o País, para o governo e para os grandes contribuintes”, disse Lira. O presidente da Casa ponderou que o Congresso sempre tem resistências à Receita e disse que o texto precisa ser equilibrado.

O Carf é o tribunal que julga conflitos tributários, como a aplicação de multas pela Receita Federal. O voto de qualidade desempatava os julgamentos a favor do governo, mas foi extinto em 2020 pelo Congresso, quando passou a valer o desempate a favor do contribuinte. Em janeiro deste ano, o governo retomou o instrumento por meio de Medida Provisória (MP), como parte de um esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar as receitas e, dessa forma, melhorar a situação das contas públicas.

A MP caducou sem ser votada, mas o governo, então, enviou projeto de lei com o mesmo conteúdo. Apesar da dificuldade de se chegar a um consenso sobre o Carf, Lira está decidido a aprovar a matéria, classificada por ele como uma das prioridades da Casa nesta semana. Haddad chegou a ligar para parlamentares para convencê-los a aprovar a proposta.

O relator manteve em seu parecer a retomada “voto de qualidade”, ou seja, com desempate a favor da Receita Federal nos julgamentos do órgão, mas excluiu as multas cobradas aos contribuintes em caso de derrota, como estabelecido pelo acordo firmado entre o governo e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).