Economia

M. Dias Branco põe ‘mão na massa’ com startups

M. Dias Branco põe ‘mão na massa’ com startups M. Dias Branco põe ‘mão na massa’ com startups M. Dias Branco põe ‘mão na massa’ com startups M. Dias Branco põe ‘mão na massa’ com startups

Uma empresa familiar, com capital aberto em bolsa, líder de seu mercado e aberta à inovação: dona de marcas como Adria e Piraquê, a cearense M. Dias Branco está pondo a mão na massa com startups. Após criar seu próprio programa de aceleração, o Germinar, a companhia fez um investimento minoritário na Mandala, empresa de produtos congelados e saudáveis, bem como terceirizou a produção de biscoitos e bolinhos sem glúten para outra empresa, a Celivita.

“A inovação é muito importante para nosso crescimento porque pode abrir novos horizontes na área de alimentos”, explica Fábio Cefaly, diretor de novos negócios da fabricante de biscoitos. Em 2018, a empresa faturou R$ 6 bilhões e tem fatia de 36% do mercado brasileiro, segundo a Euromonitor.

Entre as oportunidades descritas pelo executivo estão a exploração de alimentos mais saudáveis, tendência entre os consumidores mais jovens e mais abastados. “É algo promissor e que deve crescer para outros mercados”, afirma Cefaly. Em troca, a empresa oferece às startups conhecimento, recursos e contatos para que as novatas expandam suas operações.

É o que já ocorre com a Mandala: após receber um aporte da M. Dias Branco em junho, de valores não revelados, a empresa de congelados passou a vender seus produtos em redes de varejo como o St. Marché. Antes disso, tinha apenas vendas diretas, via e-commerce, ou parcerias com hospitais, companhias aéreas e escolas. Nos últimos três meses, a companhia cresce cerca de 20% ao mês e aumentou seu time em 50%.

“A M. Dias Branco nos deu o caminho das pedras do grande varejo”, explica Adriana Fernandes, fundadora da Mandala. A startup nasceu em 2015, depois que o filho de Adriana foi diagnosticado com uma alergia.

“Nós incluímos pessoas excluindo ingredientes, fazendo alimentos para quem tem restrições”, afirma a empresária. Além das parcerias nos contatos com varejistas, a Mandala também se beneficia da experiência da M. Dias Branco para selecionar quais produtos devem fazer a linha de frente de sua expansão, entre os mais de 200 itens que tem em seu portfólio – de nhoque a brownie.

Linha de montagem

Apesar do investimento, a Mandala seguirá produzindo os congelados em sua própria fábrica em São Paulo. A M. Dias Branco tem apenas presença no conselho consultivo da startup.

É algo bem diferente da parceria que a cearense fez com a Celivita, outra “novata” que passou por seu programa de inovação: a startup será a responsável por fabricar, sozinha, os primeiros biscoitos e bolinhos sem glúten da Adria. Os alimentos, desenvolvidos em parceria com a Celivita, serão parte da linha de produtos Adria Plus Life, lançada há dois anos com foco em alimentos integrais.

Mais do que só facilitar a produção, a terceirização da produção de produtos sem glúten tem o objetivo de “isolar” a fabricação dos biscoitos. Assim, a empresa consegue entrar em um novo mercado sem correr o risco de fazer contaminação cruzada para celíacos – nome dado às pessoas que têm alergia ao glúten. “Ao terceirizar, a M. Dias Branco conseguiu ter mais velocidade para aproveitar essa oportunidade do que se tivesse começado a produção do zero”, avalia o consultor Maximiliano Carlomagno, da Innoscience, consultoria responsável por executar o programa de inovação da indústria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.