Economia

Maior choque de juros em quase 20 anos

Maior choque de juros em quase 20 anos Maior choque de juros em quase 20 anos Maior choque de juros em quase 20 anos Maior choque de juros em quase 20 anos

Para combater uma inflação alta, persistente e disseminada, o Banco Central está promovendo o mais forte choque de juros em quase 20 anos, considerando que a Selic deve pular hoje dos atuais 7,75% para 9,25%, na última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom). Em nove meses, o aumento acumulado deve somar 7,25 pontos porcentuais, do patamar inicial de 2% – o mínimo histórico.

A mexida num prazo tão curto só fica atrás do ciclo iniciado no fim de 2002, em meio à eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquela oportunidade, a taxa básica de juros subiu 7,5 pontos em apenas três meses – de outubro de 2002 a janeiro de 2003, com uma alta final de 1 ponto em fevereiro, para 26,50%.

Mesmo com os juros subindo “de elevador”, é provável que o BC descumpra por dois anos seguidos, em 2021 e 2022, a meta de inflação, considerando a maioria das projeções de economistas ouvidos pela própria instituição para o boletim Focus. Inflação na casa dos dois dígitos promove uma bagunça na economia, prejudica a atividade e empobrece a população.

Prevista para ser anunciada hoje, uma alta de 1,5 ponto é esperada por todas as instituições consultadas pelo Projeções Broadcast.

Uma combinação de ponto de partida muito baixo, certa demora do BC para agir e surpresas inflacionárias e fiscais explicam o processo acelerado de alta de juros, na opinião de especialistas. “Essa não era minha visão no início do ano. Mas o juro a 2% estava muito baixo, a inflação descolou, e o BC teve de correr atrás do prejuízo”, avalia o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC. Ele diz ainda que a piora fiscal levou o mercado a projetar mais inflação, dificultando o trabalho do BC.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.