Com forte queda em suas receitas correntes, que recuaram 8,1%, e das transferências voluntárias dos demais níveis de governo, reduzidas em 67,7%, 51 das 78 cidades capixabas reduziram seus investimentos em 2015. Os municípios investiram, no total, R$ 1,1 bilhão, uma queda de 8,5% se comparado com o desempenho de 2014. Os dados são do anuário Finanças dos Municípios Capixabas, da Aequus Consultoria.
A capital Vitória, por exemplo, cortou os investimentos pela metade, passando de R$ 145,3 milhões para R$ 73,6 milhões nos períodos analisados. Em termos absolutos, a redução dos investimentos também foi intensa em São Mateus (R$ -23,2 milhões), Vila Velha (R$ -14,5 milhões), Cachoeiro de Itapemirim (R$ -11,5 milhões) e Linhares (R$ -11,5 milhões). Já em termos relativos, o recuo foi intenso em Alto Rio Novo (-86,8%), Montanha (-77,2%), Guaçuí (-72%), São Roque do Canaã (-70,9%), Laranja da Terra (-70,1%), Irupi (-69%), João Neiva (-65,7%) e Boa Esperança (-62,1%).
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Entre as cidades que tiveram desempenho positivo está Serra, com recursos aplicados da ordem de R$ 137,6 milhões, 1,4% a mais que o ano anterior, registrando o segundo maior volume de investimentos. Outros municípios que se destacaram, segundo o anuário, foram aqueles beneficiados pelos royalties de petróleo.
Os investimentos em Itapemirim saltaram de R$ 75,1 milhões para R$ 142,6 milhões, fazendo com que a cidade, com pouco mais de 34 mil habitantes, passasse a liderar o volume de investimentos no Espírito Santo. Em Presidente Kennedy, os recursos para investimentos saltaram de R$ 10,9 milhões para R$ 56,8 milhões, superando o ano de 2010, quando havia investido R$ 42,7 milhões, e consolidando novo recorde histórico.
Acréscimos nos investimentos também foram verificados em Cariacica (R$ 7,7 milhões), Marataízes (R$ 6,8 milhões), Conceição da Barra (R$ 6,4 milhões), Nova Venécia (R$ 5,9 milhões) e Aracruz (R$ 5,8 milhões).
A economista e editora do anuário, Tânia Villela, explicou que o cenário de 2015 foi muito difícil para as administrações iniciadas em 2013. “Nos três primeiros anos de mandato, o volume de recursos aplicados ficou em R$ 3,2 bilhões, ou seja, quase R$ 1 bilhão abaixo dos investimentos no período 2009-2012”, lembra.
No Espírito Santo, esse desempenho, segundo a economista, foi influenciado pela queda das transferências voluntárias efetuadas pelo governo estadual, que totalizou R$ 30,1 milhões, em 2015, contra R$ 303,6 milhões no ano anterior. As transferências federais também caíram, porém com menos intensidade (-22,8%), passando de R$ 141,3 milhões, em 2014, para R$ 109,1 milhões, em 2015.
