Economia

Mais de 60 milhões de pessoas não terão que pagar empréstimos por quatro meses

Benefício refere-se a consignados tomados por aposentados do INSS ou servidores públicos. A decisão já está em vigor e vale para todo o Brasil.

Mais de 60 milhões de pessoas não terão que pagar empréstimos por quatro meses Mais de 60 milhões de pessoas não terão que pagar empréstimos por quatro meses Mais de 60 milhões de pessoas não terão que pagar empréstimos por quatro meses Mais de 60 milhões de pessoas não terão que pagar empréstimos por quatro meses
Foto: Estadão Conteúdo

Pelo menos 62 milhões de pessoas, entre aposentados, correntistas e donos de empresas não terão os empréstimos consignados descontados durante quatro meses de suas contas. A mudança é uma determinação da Justiça Federal do Distrito Federal. 

No Senado Federal, vários projetos para suspender esses descontos já haviam sido apresentados, como as propostas dos senadores Otto Alencar (PSD-BA), Ciro Nogueira (PP-PI), Acir Gurgacz (PDT-RO), Mailza Gomes (PP-AC), Jaques Wagner (PT-BA) e Paulo Paim (PT-RS).

O anúncio da suspensão foi feita na segunda-feira (20), pelo juiz Renato Coelho Borelli, da Justiça Federal da 1.ª Região do DF, diz em sua decisão que a liberação de cerca de R$3,2 trilhões pelo Banco Central, “não chegou, em sua grande totalidade, às mãos daqueles atingidos pela pandemia”.

A decisão atende a um pedido feito em ação popular pelo advogado Márcio Casado. A ação requer que os bancos repassem aos correntistas e tomadores de empréstimos as medidas tomadas pelo Banco Central (BC) para injetar recursos no sistema financeiro e que fazem parte de um conjunto de ações adotadas para minimizar os efeitos da pandemia de coronavírus na economia.

Na ação popular, o advogado cita, com base nas informações do BC, que a instituição injetou R$ 3,2 trilhões nos bancos, que, por sua vez, não teriam repassado as mesmas vantagens a empresas e aposentados. “É um escândalo que esse dinheiro não chegue no setor produtivo, no aposentado, no grande e pequeno empresário”, disse Casado.

Segundo o advogado, a decisão beneficia diretamente pelo menos 62 milhões de pessoas, entre aposentados, correntistas e donos de empresas.

A ação popular justifica que as dívidas dos aposentados brasileiros chegam a R$ 138 bilhões, com descontos mensais de R$ 1,1 bilhão. “Isso justificaria a suspensão dos descontos efetuados em suas aposentadorias.”

Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que a decisão vai causar insegurança jurídica e um quadro maior de incertezas, “o que prejudicará os próprios aposentados”. Segundo a entidade, a carteira de crédito do consignado do INSS é de R$ 142 bilhões.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e da Agência Senado