Economia

Mansueto diz que crescimento do PIB em 2017 pode surpreender positivamente

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São Paulo – O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, disse nesta sexta-feira, 17, que o crescimento da economia brasileira pode surpreender no próximo ano. De acordo com ele, quando se conversa com analistas das instituições privadas, as estimativas são muito diferentes do que aponta a mediana da pesquisa Focus, que hoje projeta expansão de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017.

“Você tem hoje vários bancos que já estão trabalhando com crescimento entre 1% e 1,5% em 2017”, disse o secretário, acrescentando ainda que já há consultorias, como a MB Associados, que trabalham com previsão de crescimento de 2% da economia no próximo ano.

De acordo com ele, muita gente fala que o crescimento potencial do PIB hoje é de 2% a 2,5% ao ano, mas o País está partindo de uma base de comparação muito baixa, em um cenário onde o nível de ociosidade na capacidade instalada é muito grande. Em função disso, de acordo com Mansueto, não só 2017 mas os próximos anos podem surpreender em termos de crescimento econômico.

“Isso vai depender de tudo o que está sendo feito agora, como ganhar a confiança do mercado e fazer uma agenda de concessões”, disse Mansueto, que participou hoje de reunião mensal de Conjuntura Econômica da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP).

Meta fiscal

Mansueto afirmou também que não estão corretas as avaliações de que a meta de déficit primário para este ano, de R$ 170,5 bilhões, é um artifício que abre espaço para mais gastos por parte do governo. De acordo com ele, o que explica a meta, quando comparada a números anteriores, é que estava em vigor para este ano um orçamento que considerava um crescimento real de arrecadação de 9%. Essas projeções sinalizavam para um superávit primário da ordem de R$ 24 bilhões ao final do ano.

Segundo Mansueto, em termos reais, o orçamento anterior apontava para uma expansão de 2,4% na arrecadação em proporção ao PIB. “Como você vai ter, em um ano de recessão, um crescimento de 2,4%? Quando isso ocorreu no Brasil nos últimos anos? Nunca”, disse o secretário, acrescentando que o orçamento aprovado anteriormente era uma peça fictícia.

Segundo ele, grande parte da revisão da meta para este ano veio da revisão da receita, considerada “ilusória” por ele. “Só o fato de tirar essa projeção de receita ilusória já me levou a um déficit de 1,9% do PIB. Você tem uma série de despesas obrigatórias que estão na lei orçamentária e que foram subestimadas”, pontuou Mansueto, referindo à Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) e a despesas com pessoal, seguro-desemprego, abono salarial e Previdência.

Ele contou ainda que havia uma série de despesas que não estavam sendo pagas e que o governo anterior já havia revisado a meta para um déficit de R$ 96 bilhões, com desconto de despesas que já ocorreram. Outro ponto, segundo Mansueto, é que o governo anterior considerava a possibilidade de se apropriar de recursos de pagamentos de precatórios que não foram sacados pelos beneficiários.

“Isso não estava correto. O governo agora decidiu que não vai fazer isso, então são mais R$ 12 bilhões. O valor de R$ 170,5 bilhões leva em conta também a possível renegociação da dívida dos Estados com a União”, explicou o secretário.

Ele afirmou que não pode divulgar os números relativos à dívida com os Estados porque tais valores ainda estão em fase de negociação.