Abr 2021
23
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Abr 2021
23
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

O que realmente impacta nos fundos imobiliários?

Há cerca de um mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu a taxa básica de juros de 2% para 2,75%, sendo que já havia retirado o forward guidance — intenção declarada de não elevar a taxa de juros no curto prazo — em janeiro. Ainda, as projeções do Boletim Focus, elaborado pelo próprio Banco Central, apontam 5,25% ao ano para Selic em 2021.

A consequência disso é que os investimentos em renda fixa começam a rentabilizar mais, ficando mais atrativos ao investidor. Assim, os investidores do mercado imobiliário temem que os juros impactem na demanda por imóveis, com a redução dos financiamentos, entre outros fatores.

Porém, o que influencia a taxa de juros cobrada em financiamentos não é necessariamente a Selic, mas sim a curva de juros futuros de longo prazo, a qual já está estressada há algum tempo. Isso nos leva a conclusão de que as taxas cobradas em financiamentos devem permanecer próximas aos patamares atuais.

Ainda, é perceptível pelo desempenho do IFIX — índice que acompanha o desempenho médio dos fundos imobiliários no mercado brasileiro — que possíveis quedas já foram precificadas. Enquanto o Ibovespa já ultrapassou os patamares pré-pandemia, o IFIX ainda está em torno dos 2.800 pontos, mantendo-se relativamente estável em 2021, sendo que a máxima de 3.253 pontos foi atingida no início de 2020.

Além disso, mesmo com possíveis quedas do IFIX, ao escolher os ativos mais promissores é mais provável que o seu desempenho seja melhor. A carteira recomendada de fundos imobiliários do BTG, por exemplo, performou bem, com alta de 1,52% neste ano até março, sem falar em um dividend yield projetado para os próximos 12 meses de 6,7%.

Tipos de FIIs que se destacam no momento

Nos Estado Unidos, por exemplo, a vacinação já está avançada, com mais de 40% da população já tendo recebido ao menos uma dose da vacina. Esse movimento ajudou a destravar o desempenho dos REITs — equivalente aos FIIs nos EUA —, com valorização de mais de 15% em seu índice principal no acumulado do ano e de 8,2% no primeiro trimestre.

Mas alguns setores se destacaram neste momento devido à recuperação que deve vir, principalmente aqueles que ainda estavam para trás devido à pandemia. É o caso dos fundos de lajes corporativas, que tendem a se beneficiar do retorno das atividades das empresas e empregos presenciais, visto que este tipo de fundo compra prédios corporativos e aluga as salas para gerar renda.

Da mesma forma, os fundos imobiliários de shoppings foram os que ficaram mais para trás durante a pandemia devido aos fechamentos, resultando em problemas de inadimplência e locação, ainda dispondo de um gap relevante.

Já os fundos de recebíveis tendem a ter bom desempenho com a alta da Selic, pois são ligados ao CDI, que geralmente fica entre 0,1 e 0,2% abaixo da taxa de juros.

Dessa forma, entendemos ser um bom momento para se voltar a aplicar em fundos imobiliários, independente se a Selic está voltando a subir, devendo selecionar os melhores fundos para se beneficiar do momento atual.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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