Maio 2021
2
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Maio 2021
2
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Abordagem top down da RPS Capital

Nesta terça-feira (27), a APX Investimentos recebeu Paolo Di Sora, CIO na RPS Capital, em um bate-papo sobre as principais estratégias da gestora, assim como a dinâmica atual de investimentos e oportunidades.

A RPS foi fundada em 2013 com um racional de family office — empresas privadas que fazem a gestão de investimentos e patrimônio de famílias abastadas. Atualmente, possuem cerca de R$ 3 bilhões sob gestão, e estão abrindo o RPS Total Return Multimercado para a entrada de investidores de varejo, com aplicação mínima de R$ 5 mil. A empresa é conhecida por seus fundos multimercado e de ações, com uma análise majoritariamente top down. Segundo Di Sora, apenas cerca de 20% a 30% do patrimônio são exceção, com uma abordagem mais fundamentalista.

Mas o que é isso? A análise top down consiste em selecionar os ativos a serem comprados sob um prisma das condições gerais da economia, como taxa de juros, condições do câmbio, se o momento é de crescimento ou recessão. Nesse sentido, a RPS examina se o cenário beneficia empresas de growth, cíclicas, defensivas, focadas em tecnologia, ou mesmo descontadas em relação ao seu valor justo — value investing. “O mundo está cada vez mais conectado, e, com isso, as questões macro refletem cada vez mais nos preços das ações”, afirmou Di Sora.

Assim, o processo de escolha das ações é muito baseado na sensibilidade de cada setor em relação às condições macroeconômicas atuais. Por exemplo, o setor aéreo é sensível ao preço do petróleo, o que torna estas empresas um investimento ruim em momentos de alta das commodities. Afinal, sua atividade base depende do combustível, cujo preço está diretamente relacionado ao petróleo. Portanto, se este sobe, estas se tornam menos lucrativas, enquanto aplicar em petroleiras poderia fazer mais sentido, por exemplo.

Como a análise top down se aplica no cenário atual

Em 2020, algumas empresas foram favorecidas pelo fechamento da economia devido à pandemia, como é o caso daquelas focadas em tecnologia e no digital. Isso porque o comércio eletrônico ganhou mais adeptos, assim como o uso de serviços digitais teve um crescimento considerável.

Como resultado disso, estas empresas tiveram um boom. O principal índice da Nasdaq, onde estão listadas as maiores empresas de tecnologia dos EUA, o NDX, saiu de cerca de 7 mil pontos no auge das quedas em 2020, até ultrapassar os 14 mil pontos em abril deste ano, dobrando o preço de seus ativos.

Além disso, Di Sora destacou que em novembro a RPS migrou para empresas mais cíclicas, devido à reabertura da economia e às expectativas com a vacinação. Com isso, o setor de commodities, por exemplo, avançou, impulsionado pelo aumento da demanda global, da mesma forma que os serviços. Ele conta também que eles também investiram em ações de empresas aéreas, exatamente pela recuperação do fluxo de deslocamento global com a reabertura.

Por fim, destacou que permanece negativo em relação ao Brasil, devido à alta dos juros e riscos fiscais, o que beneficia uma abordagem de maior exposição ao mercado externo.

Para saber mais, confira nossa live pelo instagram ou youtube.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possi finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas