Alguns investidores estão desesperados devido às últimas quedas do Ibovespa. O principal motivo são as tenções políticas e institucionais, tanto é que ontem (09), após a nota com tom mais ameno do Presidente Jair Bolsonaro, a bolsa fechou em alta de 1,72%, após quedas consecutivas do índice.
Porém, quando a bolsa acumula quedas e mantém os fundamentos pode ser, justamente, o momento em que surgem as melhores oportunidades de ir às compras. É o que está acontecendo: a relação entre preço e lucro do Ibovespa está nos mesmos patamares desde a Covid-19.
O P/E, que vem do inglês price-to-earnings ratio, é basicamente o Preço/Lucro (P/L), um indicador que permite avaliar o quão barata uma ação está. Ele calcula o preço de mercado da ação sobre o lucro por ação, de forma a medir o tempo que será necessário para a empresa recuperar o valor investido nela.
Por exemplo, se a ação está negociando com um P/E de 10, isso significa que o investidor está pagando R$ 10 por R$ 1 de ganhos. Ou seja, o preço atual da ação representa 10x os lucros acumulados dos últimos 12 meses.
No gráfico ao lado, podemos ver que hoje o Ibovespa negocia com um dos menores P/E médios dos últimos meses, estando em patamares semelhantes aos do auge da pandemia, quando o preço dos ativos estava extremamente baixo.
Mas o que isso significa para o cenário atual. Basicamente, além do preço estar em queda, o lucro divulgado nos últimos balanços está muito acima dos patamares anteriores. Ou seja, é possível chegar à conclusão de que as ações estão extremamente descontadas.
Isso porque um P/E baixo geralmente indica boas oportunidades de compra dos ativos que ainda não foi amplamente percebida pelo mercado. O indicador nestes patamares também pode demonstrar que o mercado não está tão confiante em relação as ações da empresa, por algum fator de risco naquele ativo que pode diminuir o lucro, por exemplo.
Uma das questões para se atentar, tendo em vista tudo que foi falado, é saber se os fatores de risco do momento realmente justificam níveis de lucro menores, além de analisar aqueles setores que estão mais descontados e que, ao mesmo tempo, mantém bons fundamentos.
Trazendo para a situação atual, será que as tensões políticas são suficientes para reduzir a precificação das ações aos patamares de uma pandemia que paralisou o mundo?
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