O luxo de envelhecer bem: o segredo para ter longevidade com qualidade de vida

O envelhecimento da população capixaba é uma realidade que avança ano após ano. Segundo o IBGE, o Espírito Santo soma, hoje, cerca de 705 mil pessoas com mais de 60 anos, um aumento significativo em relação a 2024, quando o número era de 680 mil.

E, conforme a expectativa de vida cresce, aumenta também o debate sobre como garantir mais saúde, autonomia e bem-estar para esse público. Especialistas apontam que esse caminho passa, necessariamente, pela prática regular de atividades físicas, pelo convívio social, pela autonomia e pelo acesso a espaços seguros e adequados para a terceira idade.

Segundo o personal trainer Luiz Felipe Moraes, a vida ativa depois dos 60 é mais do que um desejo é essencial para a manutenção da qualidade de vida. O personal dá aulas para um grupo de alunos na Praia de Itaparica, em Vila Velha, e revela: os idosos estão cada vez mais resistentes e saudáveis.

A ciência confirma a percepção do especialista. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo (SBGG/SP) aponta que 20% das doenças têm influência genética familiar, mas ainda há influência de 50% do estilo de vida.

A saúde emocional na terceira idade

Além de colaborar com a saúde física, os exercícios ainda impactam outro ponto importante para um envelhecimento saudável: o convívio social. A troca de experiências, o sentimento de pertencimento e a construção de vínculos ajudam a combater a solidão e fortalecem o emocional.

“Eles trabalham muito essa parte de socialização e isso, para eles, que já estão numa idade mais avançada, é muito interessante. Isso faz muita diferença na vida de alguns deles e temos, inclusive, alunos que estão comigo, há 5 e 6 anos, e que não largam”, complementa Luiz Felipe.

Seja participando de um grupo de exercícios ou, simplesmente, caminhando pelo próprio bairro, o importante na terceira idade é se manter ativo.

A importância da autonomia

Outro aspecto essencial para a saúde do idoso é autonomia. Embora seja um dos pilares para um envelhecimento saudável, ela costuma ser deixada em segundo plano nas conversas sobre cuidados com idosos.

Em nome da proteção, muitas famílias acabam assumindo tarefas que a pessoa ainda poderia realizar sozinha, reduzindo sua capacidade funcional. Segundo a geriatra Daniela Barbieri, essa “superproteção”, ainda que bem-intencionada, pode ser limitante e esbarrar em um etarismo estrutural.

“O etarismo muito frequentemente faz as pessoas quererem remeter aquele idoso a uma criança, que não tem poder de decisão. […] Isso não é uma atitude correta, se a gente pensa que estamos envelhecendo também, como queremos ser tratados quando ficarmos mais velhos? Eu quero poder decidir a minha vida da mesma forma que eu decido hoje”, afirma a geriatra.

A geriatra explica que o segredo não está em restringir e, sim, em compreender. Garantir a autonomia é um cuidado que exige paciência, planejamento e, principalmente, respeito ao ritmo de cada indivíduo.

“Sem dúvida, a autonomia é um dos preceitos do bem envelhecer, do envelhecimento ativo e saudável”, complementa Daniela.

Conforto e segurança para envelhecer bem

É inegável que a busca por uma velhice mais saudável já é uma realidade, um movimento que também impacta o mercado imobiliário. A procura por ambientes seguros, confortáveis e planejados para garantir a autonomia necessária para os idosos está cada vez maior.

Em empreendimentos modernos, essa demanda se traduz em projetos que vão muito além da estética: priorizam áreas de circulação amplas, iluminação adequada, acessibilidade e estruturas pensadas para estimular o movimento.

No Espírito Santo, por exemplo, essa demanda levou a Grand Construtora a projetar o primeiro residencial sênior de alto padrão do Estado, na Ponta da Fruta, em Vila Velha. O empreendimento de 12 mil m² e 96 unidades tem entrega prevista para o final de 2026 e oferecerá estadias de curto e longo período.

Segundo Rodrigo Barbosa, diretor-presidente da Grand Construtora, o local se converterá em um clube de vida plena, cinco estrelas, garantindo qualidade de vida e suprindo as necessidades diárias dos seus moradores. Tudo isso, com uma vista privilegiada do mar.

Além disso, Rodrigo ainda destaca que, para garantir um envelhecimento de qualidade, também é preciso pensar no bem-estar da família. Ele explica que, no caso do Residencial Sênior, o ambiente também é projetado para incentivar o convívio e a participação ativa.

“Construí esse local baseado nas técnicas e normas, mas também na parte sentimental. Mandaria meu pai para cá? Com certeza! Pois eu viria mais vezes”, afirma. “Aqui, quando eu quisesse vir, meus filhos iriam querer vir também, pois tem lazer para eles .”

O ponto central do envelhecer bem

O envelhecimento saudável é um dos luxos mais almejados da atualidade. Quando o idoso tem autonomia, se movimenta com liberdade e encontra espaços que favorecem sua rotina, sua experiência diária se transforma.

Envelhecer com qualidade significa ter condições reais de continuar fazendo o que se gosta, com segurança e conforto. O resultado é claro: mais disposição, melhor humor, menos dores e maior resistência física são resultados que se acumulam e fazem diferença ao longo dos anos. E é essa construção diária que torna possível um envelhecimento ativo, saudável e mais feliz.

Qualidade de vida abrange nossa sensação com o corpo, nossas relações interpessoais e a segurança que temos no ambiente. Tudo isso faz parte do que realmente é qualidade de vida.

Daniela Barbieri, geriatra