Economia

Mesmo com índice negativo em maio, confiança do comércio parou de cair, diz FGV

Mesmo com índice negativo em maio, confiança do comércio parou de cair, diz FGV Mesmo com índice negativo em maio, confiança do comércio parou de cair, diz FGV Mesmo com índice negativo em maio, confiança do comércio parou de cair, diz FGV Mesmo com índice negativo em maio, confiança do comércio parou de cair, diz FGV

Rio – Após um primeiro trimestre de pessimismo, a confiança do comércio parou de cair, sustentada principalmente pela melhora nas expectativas. Embora o setor ainda esteja em uma fase de crescimento muito baixo, o número de empresas que espera piora no ambiente de negócios diminuiu. Em maio, a confiança do comércio cedeu 0,3% ante abril, após alta de 0,5%, informou nesta quinta-feira, 28, a Fundação Getulio Vargas. Os dois resultados foram considerados de estabilidade pela FGV, após um recuo de 15,3% acumulado entre dezembro do ano passado e março de 2015.

Além disso, a previsão de vendas e contratações para os próximos três meses melhoraram em maio, segundo dados da FGV. Todos esses resultados, porém, devem ser vistos com reservas.

“A melhora é limitada, não há componente na economia que justifique isso. O que existe é a possibilidade de que as vendas não continuem caindo tanto. Temos de esperar para confirmar se isso vai se transformar em uma melhora efetiva”, ponderou o economista Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação.

Nas expectativas, houve uma “clara virada”, segundo Campelo. O índice subiu 2,1% em abril e avançou 4,1% em maio, atingindo quase todos os setores. Entre os que registraram melhora estão tecidos e vestuário, equipamentos e material de escritório e informática, artigos farmacêuticos e até móveis e eletrodomésticos – os bens duráveis têm sido os mais afetados pelo menor crédito disponível e pela desaceleração na alta da renda das famílias.

Ainda há, porém, uma piora intensa na avaliação sobre a situação atual. Reclamações sobre demanda insuficiente (43,5%), elevado custo financeiro (29,9%) e acesso mais restrito ao crédito bancário (16,6%) atingiram recordes na série, iniciada em março de 2010. “Temos um grupo de empresas que vê possibilidade de a desaceleração da atividade perder fôlego. Mas, na série, já tivemos casos de saída (das expectativas de um patamar baixo) e depois houve frustração”, salientou Campelo.

A cautela na leitura dos dados também vale para os indicadores de vendas previstas, que subiu 3,7% em maio, e de emprego previsto, que avançou 5,9% no mês. “Os empresários ficaram excessivamente pessimistas no primeiro trimestre”, disse o superintendente.

No caso do emprego, a melhora é, na verdade, uma “menor potência do ritmo de desmobilização da mão de obra”, explicou Campelo. Isso porque o número de empresas que pretendem demitir (19,9%) ainda é maior do que a fatia das que planejam contratar (9,9%), tendência que se repete em todos os segmentos.

“Alguns setores estavam francamente desmobilizando mão de obra, como o comércio de veículos. Agora, há uma calibragem, esse foi um dos setores em que esse indicador mais melhorou. Mas não significa que o comércio como um todo vai se tornar contratante nos próximos meses”, afirmou Campelo.