Economia

Metalúrgicos do 1º turno da Volvo em Curitiba entram em greve

Metalúrgicos do 1º turno da Volvo em Curitiba entram em greve Metalúrgicos do 1º turno da Volvo em Curitiba entram em greve Metalúrgicos do 1º turno da Volvo em Curitiba entram em greve Metalúrgicos do 1º turno da Volvo em Curitiba entram em greve

São Paulo – Metalúrgicos do turno da manhã do complexo industrial da Volvo em Curitiba (PR) entraram em greve nesta sexta-feira por tempo indeterminado. A paralisação foi deflagrada um dia após a montadora anunciar que vai encerrar o segundo turno de produção apenas de caminhões a partir da próxima segunda-feira, 11. A decisão da direção da empresa deve provocar um excedente de 600 trabalhadores, segundo o cálculo da própria companhia.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a multinacional divulgou na tarde de quinta-feira um comunicado interno “ameaçando iniciar as demissões de trabalhadores na próxima segunda-feira”. Com o anúncio, os trabalhadores da manhã se reuniram em assembleia, aprovaram a greve e voltaram para casa. Uma nova assembleia será realizada com funcionários do turno da tarde para decidir se também paralisam. Na segunda-feira, estão previstas novas assembleias.

Os trabalhadores exigem que a empresa “cumpra o compromisso” que teria assumido esta semana com o Ministério Público, de construir junto com o sindicato alternativas para preservar os empregos. Na última proposta apresentada, a empresa propôs manter, até dezembro deste ano, os 600 empregos que se tornaram excedentes, mas com redução em 50% da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), para R$ 15 mil, e reajuste salarial apenas pela inflação, sem ganho real.

O sindicato alega que a maioria dos trabalhadores rejeitou a proposta. “Estamos abertos a negociação, (…) porém, a empresa tenta, de forma oportunista, atrelar a preservação de emprego a flexibilização de direitos e salários. O que não aceitamos. Garantir emprego com flexibilização é mesmo coisa que obrigar o trabalhador a comprar seu emprego, o que é inaceitável”, diz o presidente do sindicato, Sérgio Butka, em nota. A entidade defende que a empresa busque “outras saídas”, como um Plano de Demissão Voluntária (PDV).

Votação

Em nota, a Volvo acusou o sindicato de nunca ter colocado a proposta em votação. “A empresa espera que o sindicato dos metalúrgicos apresente a proposta aos funcionários. A entidade conduziu assembleia hoje pela manhã e não colocou a proposta em votação”, diz. A montadora ressaltou que mantém o que foi proposto, e que as medidas são uma maneira para evitar demissões na fábrica, em decorrência da acentuada queda nas vendas e da baixa atividade econômica.

No Complexo Industrial em Curitiba, a Volvo possui cinco fábricas, onde produz caminhões, ônibus, motores, cabines de caminhões e caixas de câmbio. Segundo a empresa, a fábrica possui cerca de 4,2 mil funcionários. Desse total, aproximadamente 1,5 mil metalúrgicos foram afastados, por bancos de horas, de 24 de abril a 5 de maio, para adequar produção à baixa demanda do mercado. (Igor Gadelha – [email protected])