Economia

Ministro do STF determina retorno do marco regulatório das teles ao Senado

Ministro do STF determina retorno do marco regulatório das teles ao Senado Ministro do STF determina retorno do marco regulatório das teles ao Senado Ministro do STF determina retorno do marco regulatório das teles ao Senado Ministro do STF determina retorno do marco regulatório das teles ao Senado

Brasília – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou o retorno do novo marco regulatório das teles ao Senado. O projeto de lei está parado no STF desde o início de fevereiro, quando 13 senadores da oposição entraram na Justiça para impedir que ele fosse sancionado pela Presidência da República.

A controvérsia ocorreu porque a proposta teve uma tramitação expressa no Senado. Ele chegou na casa em 30 de novembro e foi aprovado em 6 de dezembro, por 12 votos a zero, na Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional. Ela não passou pelas três comissões permanentes – Constituição e Justiça, Ciência e Tecnologia e Comunicação e Informática – nem pelo plenário.

Logo após a aprovação do projeto no Senado, a oposição apresentou recursos à Mesa Diretora para que o projeto fosse apreciado pelo plenário, mas nenhum dos pedidos foi aceito. No dia 20 de dezembro, os senadores entraram com mandado de segurança no STF para evitar a sanção presidencial e devolver o projeto à Casa.

Em meio ao recesso judiciário, a ministra Cármem Lúcia avaliou que não havia urgência para avaliar o pedido dos senadores. Em 31 de janeiro, no último dia à frente do cargo, o então presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), enviou o texto à sanção presidencial. Logo em seguida, em 4 de fevereiro, o ministro Luís Roberto Barroso concedeu a liminar que impediu a sanção. Desde então, o projeto estava no STF.

Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), analise imediatamente os recursos apresentados pelos senadores da oposição. Na avaliação de Moraes, os requisitos formais para que o texto seja votado no Plenário estão “presentes”. Após a análise desses recursos, o projeto poderá ser apreciado pelo plenário. Se for aprovado, seguirá para sanção presidencial.

A decisão ocorre três semanas após uma comitiva formada por integrantes do governo, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e das próprias teles terem ido ao gabinete do ministro para tentar destravar o projeto.

O novo marco regulatório das teles permite que as empresas que exploram os serviços de telefonia fixa migrem do regime de concessões para o de autorizações, com liberdade de preços e sem a obrigação de universalização dos serviços.

Nas concessões, as empresas são obrigadas a atuar em todas as localidades do País e praticam tarifas reguladas pela Anatel. Além disso, são obrigadas a investir em orelhões, ainda que os aparelhos tenham caído em desuso.

A proposta também transfere para as empresas a posse de bens reversíveis, como redes, cabos de fibra ótica e imóveis. Em troca, as teles terão que assumir o compromisso de realizar investimentos na expansão da internet banda larga no País.

A principal polêmica está na valoração desses bens. O governo acredita que eles valham R$ 20 bilhões, o que obrigaria as empresas a investir o mesmo valor na banda larga. As teles falam em R$ 10 bilhões, enquanto o Tribunal de Contas da União (TCU) acredita que a conta chegue a R$ 100 bilhões.

O projeto é considerado fundamental para que a Oi possa atrair um novo investidor. A empresa está em recuperação judicial e acumula dívidas de R$ 65,4 bilhões, sendo R$ 20 bilhões à Anatel.