Economia

Ministro tenta atenuar afirmação sobre paralisia nos Transportes

Ministro tenta atenuar afirmação sobre paralisia nos Transportes Ministro tenta atenuar afirmação sobre paralisia nos Transportes Ministro tenta atenuar afirmação sobre paralisia nos Transportes Ministro tenta atenuar afirmação sobre paralisia nos Transportes

Brasília – O ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, tentou nesta quarta-feira, 29, minimizar as declarações que fez na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) no Senado sobre o risco de paralisação de obras públicas no País por falta de recursos Na saída da audiência pública ele – que havia culpado a Operação Lava Jato e as restrições orçamentárias impostas pelo Ministério da Fazenda por uma eventual paralisia do setor – chegou a negar a possibilidade de isso ocorrer.

“Vocês estão levando para outro lado”, afirmou o ministro. “As obras estão todas em andamento e nós vamos ter recursos até o final de maio. Vamos dar continuidade em todas as obras sim, só que eu vou ter obras prioritárias”, completou.

Rodrigues assegurou que as obras não serão atrasadas, mas adequadas a um “cronograma novo”. “Vocês estão colocando atrasar na minha boca. Não é atrasar é adequar”, reclamou, ao ser questionado sobre a paralisia das obras.

Na entrevista, o ministro disse que vai reunir toda a estrutura do ministério hoje para tratar sobre quais obras são prioritárias e destacou que o novo cronograma vai depender dos recursos financeiros à disposição.

Durante a audiência pública, Rodrigues havia admitido que obras podem ser paralisadas no País. “Estou acabando de pagar ainda dezembro e iniciando janeiro. Então, vai haver várias reclamações dos senhores sobre paralisação de obras. Parou, sim! Eu não vim aqui, não há cortina de fumaça, eu não posso esconder o que está acontecendo no ministério. Tudo que aconteceu e que está acontecendo no Brasil afetou muito o meu setor de transporte. Por quê? As grandes empresas estão na Lava Jato, as que tinham suporte para aguentar a fase de atraso de pagamentos. E as pequenas não têm”, afirmou.

O ministro disse que espera o aporte, previsto para o ano de 2015, de R$ 13,6 bilhões em investimentos na área para começar a discutir prioridades. Rodrigues pediu aos senadores desculpas por não poder listá-las, por ordem de importância, até o momento. Ele disse que até o início de maio saberá o quanto terá disponível e se colocou à disposição para voltar ao Senado tão logo obtenha a informação. O governo, que deve fazer um contingenciamento em torno de R$ 70 bilhões, deve decidir em breve quanto cada ministério terá à disposição.

Rodrigues e os senadores defenderam a necessidade de sensibilizar Joaquim Levy para liberar recursos para o setor. Anfitrião de um jantar hoje à noite com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o senador Blairo Maggi (PR-MT) afirmou na audiência que o ministro “erra a mão” na forma como conduz o ajuste fiscal. Maggi disse que o governo não pode deixar de pagar fornecedores que já prestaram serviços.

“Não pagar os fornecedores que fizeram serviços para trás só tem um nome, é calote, o governo pediu, processou e na hora de pagar o ministro da Fazenda não paga porque está fazendo superávit?”, criticou o senador do PR, ao defender que o governo tem de sinalizar, num momento de ajuste fiscal, quais projetos são prioritários.

Blairo Maggi lembrou ter apoiado a reeleição da presidente Dilma Rousseff, pedindo votos e defendendo as ações do governo para a sua região. “Assim como muita gente se sente enganado, eu me sinto enganado”, admitiu o senador do PR. “Eu vejo que eu estava errado e os que estavam contra mim estavam certos”, completou.