Economia

Moody's vê posição fiscal conservadora em novo governo

Moody’s vê posição fiscal conservadora em novo governo Moody’s vê posição fiscal conservadora em novo governo Moody’s vê posição fiscal conservadora em novo governo Moody’s vê posição fiscal conservadora em novo governo

São Paulo – A agência de classificação de risco Moody’s afirmou que o rating Baa2 do Brasil – que foi mantido após a revisão da perspectiva de estável para negativa – incorpora a expectativa de que, apesar das “visíveis diferenças” entre os três principais candidatos à Presidência, o próximo governo “provavelmente colocará ênfase na volta para um posicionamento fiscal mais conservador e na adoção de medidas que os investidores provavelmente vão ver como condutoras a um ambiente de negócios mais favorável ao mercado”.

Segundo a Moody’s, isso deve permitir que o crescimento da economia brasileira se aproxime do potencial do País. No entanto, ponderou a agência, qualquer ajuste levará tempo para fazer efeito. “A economia provavelmente irá passar por um ou dois anos de período de transição, depois que a nova administração tomar posse no dia 1º de janeiro de 2015, e qualquer reversão das tendências atuais apenas deve acontecer gradualmente, independentemente de qual candidato seja eleito”, avaliou a Moody’s em comunicado.

A Moody’s afirmou que poderá rebaixar o rating do Brasil caso se torne aparente que a tendência dos indicadores fiscais e de dívida do governo não será interrompida e revertida e caso o crescimento da economia permaneça abaixo da tendência.

“Se a deterioração nos principais indicadores de crédito do país, particularmente nos indicadores fiscais e de dívida, permanecer inalterada durante os primeiros dois anos da nova administração, prejudicaria significativamente a qualidade do crédito soberano do Brasil, potencialmente iniciando uma migração em sentido declinante do rating Baa2 do Brasil”, explicou a agência.

Por outro lado, a Moody’s poderia mover a perspectiva do rating soberano do Brasil de volta para estável se houver a consolidação de uma recuperação econômica conduzida por investimentos e se houver um cumprimento rígido das metas de superávit primário no intervalo de 2% a 3% do PIB.

“A Moody’s veria a introdução de um ambiente fiscal que incorpore regras explícitas destinadas a restringir o crescimento dos gastos primários correntes como uma condição necessária para uma elevação do rating”, destacou a agência, observando que uma elevação no rating brasileiro é improvável nos próximos um a dois anos.