Economia

MP do petróleo põe investimentos de leilão em risco

MP do petróleo põe investimentos de leilão em risco MP do petróleo põe investimentos de leilão em risco MP do petróleo põe investimentos de leilão em risco MP do petróleo põe investimentos de leilão em risco

Brasília – As petroleiras que arremataram áreas nos últimos leilões promovidos pelo governo têm de pagar, em dezembro, R$ 10 bilhões pelos bônus de assinatura – um tipo de pedágio pago à União pelo direito de explorar e produzir petróleo nas bacias brasileiras. Elas se preparam para fazer o pagamento, no entanto, sem saber como seus investimentos serão tributados.

O Congresso ainda não votou a Medida Provisória 795, que alterou regras de taxação do setor, inclusive as que desoneram investimentos. Segundo as empresas, essas regras, que integram o Repetro – regime aduaneiro especial de exportação e de importação de equipamentos para a atividade – , são as que tornam a produção de petróleo viável no Brasil, dado o alto nível de tributação cobrado aqui.

Por meio do Repetro, as petroleiras afretam plataformas e adquirem outros equipamentos. A MP que prorrogou o regime especial de tributação previsto no Repetro foi aprovada na Comissão especial em outubro, pouco antes do leilão do pré-sal.

A medida era considerada fundamental para o sucesso da licitação. Mas ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado. Na avaliação do relator, deputado Júlio Lopes (PP-RJ), será possível votá-la esta semana. “Vai ser uma batalha grande, o PT vai tentar obstruir”, disse. “Se for aprovada na Câmara, o Senado pode votar até no mesmo dia.” A medida precisa passar pelo Senado antes do dia 15.

“Nenhum país tributa investimentos”, disse o secretário executivo do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Antonio Guimarães. No Brasil, porém os equipamentos podem custar de 46% a 65% mais por causa dos impostos.

Outra prioridade do governo é o novo marco regulatório da mineração, enviado por MP e que também está prestes a caducar. A Câmara já aprovou duas das três propostas que compõem o pacote de medidas para o setor, mas ainda falta a votação no Senado. Todas vencem na terça-feira.

Funrural. O maior entrave neste momento é o imbróglio em torno da votação da MP que cria o programa de parcelamentos de produtores junto ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). Os parlamentares desidrataram a proposta e aumentaram os descontos, elevando o potencial de renúncias fiscais de R$ 7,6 bilhões em 15 anos para R$ 15 bilhões.

A equipe econômica trabalha para reverter as alterações mas, segundo apurou o Estadão/Broadcast, não acharia ruim se o texto caducasse. A bancada ruralista, por sua vez, quer flexibilizar ainda mais os descontos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.