Economia

MPF sugere fim de licenças ambientais de PCHs no MS

MPF sugere fim de licenças ambientais de PCHs no MS MPF sugere fim de licenças ambientais de PCHs no MS MPF sugere fim de licenças ambientais de PCHs no MS MPF sugere fim de licenças ambientais de PCHs no MS

São Paulo – O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Mato Grosso do Sul recomendaram a suspensão do licenciamento ambiental concedido pelo Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul) a três Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) a serem instadas na bacia do Rio Amambai, na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai. De acordo com os órgãos, comunidades indígenas afetadas pelas PCHs não foram consultadas a respeito dos projetos. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também não concedeu autorização para a retirada dos sítios arqueológicos que existem na região.

“Para que o licenciamento seja levado adiante, a Funai deverá realizar consultas prévias às comunidades indígenas afetadas, para só então se manifestar. Já o Iphan tem que realizar estudos sobre o potencial de dano aos sítios arqueológicos existentes nas áreas impactadas pelas PCHs”, destacou o MPF em nota. O órgão ambiental estadual e o Iphan têm 30 dias, após o recebimento da recomendação, para decidirem se acatam ou não a orientação.

O MP alega que a área a ser impactada pelas hidrelétricas Foz do Saiju, Barra do Jaguari e Bela Vista abrange terras indígenas, “já consolidadas e em fase de estudo antropológico”. É o caso das terras Amambai, Guaimbé, Jaguari, Jarara e Rancho Jacaré. “A Constituição Federal determina que os indígenas devem ser consultados sobre obras que impactem suas comunidades, o que não aconteceu”, cita a nota.

De acordo com os relatórios de impacto ambiental, a PCH Foz do Saiju terá capacidade instalada de 20 MW e abrange os municípios de Amambai, Juti, Caarapó e Laguna Carapã. A Barra do Jaguari terá capacidade de 29,7 MW e abrange os municípios de Amambai e Laguna Carapã. Os investimentos nos dois projetos, da empresa Sigma Energia, estão estimados em R$ 80 milhões e R$ 118,8 milhões, respectivamente. O MPF não divulgou detalhes a respeito do projeto de instalação da PCH Bela Vista.