Mar 2020
7
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Ricardo Frizera
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porRicardo Frizera

E se Guedes for demitido?

Bredda carrega em seu histórico investimentos que se multiplicaram mais de 1.800 vezes e ao lado do bilionário da bolsa Luiz Alves Paes de Barros, tornou o fundo investimento em ações da Alaska um dos mais rentáveis da atualidade.

Contudo, essa rentabilidade foi atingida junto à exposição a riscos mais altos. Segundo Bredda, a partir de agora o investidor brasileiro deverá se acostumar a correr riscos para construir patrimônio. “Investimentos de renda fixa não são vistos como investimentos de verdade no exterior: são apenas colchões de liquidez mais sofisticados.”

O gestor da Alaska reconhece que se acostumar com investimentos que oscilam de valor com maior intensidade será um desafio, mas o importante é entender que o que conta é o valor intrínseco da ação. “Por exemplo, se eu vou ao supermercado comprar uma lata de achocolatado e ela está a R$7, e eu compro, mas na semana seguinte está em promoção por R$3, ninguém pensa em vender a lata de volta pro supermercado. Você enche o carrinho e estoca. Por isso, você não deveria vender uma ação quando ela cai”, exemplifica Bredda.

Ele explica que as ações são papéis de empresas que estão cotadas diariamente na bolsa. “Imagine se seu imóvel ou loja estivesse na bolsa e variasse de valor todo dia. Você venderia seu apartamento porque ele caiu 20% em um ano qualquer?”

DÓLAR ALTO É O NOVO NORMAL

Para Bredda, o dólar alto é o novo normal. Ele explica que o Brasil antes era um país exportador de juros. Até poucos anos atrás, era atrativo para empresas americanas e estrangeiras manterem parte do seu patrimônio em moeda fraca — no nosso caso, o real — porque os juros do Brasil eram muito altos (em 2016 chegou a 14,25% ao ano; hoje a taxa básica é de 4,25%).

Com a queda dos juros para níveis mais civilizados, a diminuição da diferença dos juros entre o Brasil e os Estados Unidos fez com que investidores retirassem seu patrimônio de países mais arriscados e voltassem para países mais seguros como os Estados Unidos. Cabe lembrar que o dólar é a moeda forte do mundo, ou seja, normalmente é nele que os investidores se protegem de crises e recessões nos mercados.

RISCO POLÍTICO– E SE GUEDES FOR DEMITIDO?

Sobre os possíveis impactos de uma eventual saída do ministro Paulo Guedes do governo ou mesmo a saída do presidente Jair Bolsonaro, Bredda diz não se preocupar. Para ele, devemos focar menos nas pessoas e mais na mudança de mentalidade da população.

“Pode sair Guedes e pode sair Bolsonaro. O que me dá confiança é que a população está convicta de que o Brasil precisa de um presidente e um economista com uma agenda econômica liberal e reformista. Rodrigo Maia [presidente da Câmara] está defendendo com unhas e dentes as reformas porquê sabe que será apoiado pelo povo”, disse Bredda, aplaudido pelo público. Ele complementou “se sair o Guedes, tem outros dois do mesmo calibre, e se sair Bolsonaro, existem outros candidatos capazes de manter uma política liberal na economia.”

Essa visão está em linha com a estratégia da gestora. Bredda explica que “na Alaska somos acumuladores de boas empresas e apostamos no crescimento delas. Não somos dependente de uma reforma ser aprovada ou um presidente ser eleito. Se você quiser operar baseado nessas expectativas políticas, desejo boa sorte.”

Para Bredda, “não dá pra entender como a IRB ganha dinheiro”

Nas últimas semanas, a ação da resseguradora mais rentável do mundo, a IRB Brasil (IRBR3) sofreu uma queda de quase 60% desde o início do ano– um pesadelo para qualquer investidor. O motivo? A empresa foi acusada pela Squadra, uma gestora de investimentos, de reportar lucros e retornos ‘inflados’. Após o estouro dessa crise, a IRB chegou a afirmar que Warren Buffet seria dono de 5% da empresa– mas foi rapidamente desmentida pelo bilionário.

Sobre essa polêmica Bredda foi questionado sobre como ele via a empresa. “Durante anos, tentamos entender como a IRB era tão lucrativa, mas não conseguimos. Pedimos então para donos de grandes seguradoras nos explicarem como a IRB ganhava dinheiro, e eles também não entendiam. Resolvemos não entrar em um negócio que não entendemos, e assumimos nossa ignorância. Não precisamos comprar todas as brigas”.

Com isso, Bredda deixa muito claro uma estratégia para investidores iniciantes: siga as ações dos gestores de maior competência mesmo que você não entenda o racional por trás– apenas assuma que os profissionais da área talvez tenham mais conhecimento no assunto. Quem seguiu os especialistas da Squadra ou Alaska, com certeza não se expôs a esse enorme prejuízo.

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