Mar 2020
12
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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porRicardo Frizera

Novo dia de quedas na bolsa; especialistas falam em “pânico irrazoável”

Próximo das 15h da tarde de ontem (11), o circuit breaker da Bolsa de São Paulo foi acionado pela segunda vez nesta semana em meio a pânico nos mercados globais. Logo na segunda-feira, o circuit breaker foi ativado quando o Ibovespa apresentou a maior queda do século e atingiu os 85 mil pontos, zerando todos os ganhos obtidos em 2019.

O circuit breaker interrompe temporariamente as negociações de papéis na bolsa de valores para prevenir ganhos especulativos e enormes perdas em um curto período de tempo. O mecanismo não impede que a queda ocorra, apenas arrefece os estresse dos investidores.

Pela manhã, a Organização Mundial da Saúde decreta pandemia de coronavírus após mais de 120 países terem relatado casos de infecção pelo novo vírus.

Além disso, um dos maiores bancos da Europa, o Deutsche Bank, decide atrasar o pagamento de dívidas que vencem no final de abril em meio a esse cenário de estresse. Segundo Douglas Pezzin, assessor de investimentos da APX Investimentos, “essa medida pode abrir caminho para que outros credores de mercados abalados pelo coronavírus atrasem pagamentos”.

Com isso, a epidemia pode contaminar o sistema bancário dos países ricos em pouco tempo.

Notícias do fim do dia apontam que amanhã deve ser mais um dia de queda. Após o fechamento do mercado, o índice futuro da bolsa brasileira, que é um papel baseado nas cotações futuras do Ibovespa, despencou 13% e o contratos de dólar dispararam 3% após a derrubada do veto do BPC no congresso.

Os parlamentares discutem mudanças nesse benefício desde a tramitação da reforma da Previdência. Eles decidiram hoje por manter um modelo que aumenta a faixa de renda contemplada que impõe um gasto adicional de R$ 20 bi somente em 2020. Segundo o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, a decisão inviabiliza o cumprimento do teto de gastos.

As decorrências desta semana levam o investidor brasileiro ter mais incerteza do que no Joesley Day, quando o dono da JBS delatou Temer em 2017 e a bolsa despencou. Apesar disso, o economista-chefe da Apex Partners, Arilton Teixeira afirma que, até o momento, “as bruscas quedas na bolsa refletem apenas o pânico generalizado dos investidores. Os fundamentos econômicos podem se alterar no curto prazo mas se mantém até o momento. O PIB da China irá cair devido à paralisação temporária das indústrias, mas isso não é motivo para um estresse dessa magnitude.”

Já bancos de investimento como o Goldman Sachs estão vendo essa queda como o gatilho que encerra um dos maiores períodos de alta da bolsa (conhecido como bull market) nos Estados Unidos.

O bull market (ciclo de alta na bolsa) atual já dura mais de 11 anos, com uma valorização anual de 16% das ações, em média. O banco americano projeta que a bolsa americana (S&P 500) pode chegar ao meio do ano com uma queda anualizada de 25%.

O mercado brasileiro, de outro lado, está apenas iniciando seu período de alta. Para o head da Apx Investimentos, Pedro Chieppe, o momento exige celeridade nas reformas para que o país consiga destravar seu crescimento nos próximos anos.

“O Brasil tem histórico de desperdiçar oportunidades para aprovar reformas, algo que seria o pior cenário para o país neste momento. É fundamental o diálogo entre o Congresso e o Executivo para colocar os interesses do progresso do país em primeiro lugar”, finaliza o executivo.

Aumento de risco e incerteza no mundo: qual a situação do Brasil?

O aumento do risco com a incerteza gerada pelo coronavírus mostra claramente a divisão entre o comportamento dos investidores com relação a países com credibilidade (grau de investimento) e sem credibilidade (sem grau de investimento).

Os primeiros, como os EUA,  passam a atrair capital, apreciam suas moedas e reduzem duas taxas de juros, pois dão segurança aos investidores que buscam fugir da incerteza. O segundo grupo, não pode oferecer a mesma credibilidade e passa a ter saída de capital, depreciam suas moedas e tem que aumentar os juros.

É claro que entre os países sem credibilidade, aqueles com elevados déficits públicos, não conseguem se financiar. Tem grande saída de capital, elevada depreciação de suas moedas, inflação e quebram durante os períodos de crise (o Brasil já quebrou várias vezes).

Hoje o Brasil é um país sem credibilidade, passa pela perda de capital e depreciação da moeda, mas guarda capacidade de se financiar devido as reformas realizadas pelos governos Temer/Bolsonaro.

Contudo, se não recuperarmos plenamente a credibilidade do nosso país, ajustando as contas públicas e destravando o crescimento, buscar juros menores é nada mais que se comportar como se fossemos membros do grupo dos países mais sólidos. Essa condução da economia pode gerar efeitos adversos e provocar forte desvalorização e trazer de volta a inflação. Somente realizando reformas de países de “primeiro mundo” é que poderemos nos comportar como tal.

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