Mar 2024
18
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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porRicardo Frizera

Empresa quer investir em água de reúso e dessalinização no Espírito Santo

Mundo Business: Qual o perfil da atuação do GS Inima no Brasil?

Marta Verde: O Grupo GS Inima é uma multinacional com sede na Espanha e com atuação em 11 países e 4 continentes e temos expertise em concessões de água e esgoto, seja dessalinização, tratamento de água e reúso de água. O grupo tem o ESG como matéria fundamental, aqueles países com foco em fontes alternativas de água são muito interessantes para nós. Temos atividades no Brasil há mais de 30 anos, mas podemos dizer que o Espírito Santo está sendo pioneiro com investimento em água de reúso.

MB: Qual a importância da água de reúso como fonte alternativa?

MV: Água de reúso é um tratamento adicional que fazemos ao esgoto. O esgoto pode ter um tratamento primário, que é físico-químico, para separar as partes sólidas; pode ter um tratamento secundário, para retornar essa água aos rios; e um tratamento terciário, que torna água de reúso, que tem aplicação na atividade industrial. O reúso é importante para que as indústrias não compitam com a população no consumo de água potável e agrave o estresse hídrico, que é uma realidade global. É uma fonte alternativa e permite produzir águas com diferentes qualidades, adequada à necessidade de cada indústria.

MB: Qual será o valor do investimento para construir a estação de água de reúso em Vitória?

MV: Fizemos um desconto de 25% da tarifa ao consumidor e vamos dar uma outorga de 13%. O investimento na planta de tratamento será de R$ 270 milhões.

MB: Como vocês enxergam o olhar do investidor estrangeiro sobre os mercados regionais brasileiros e o que motivou a GS Inima investir no Espírito Santo?

Paulo Roberto Oliveira: Estamos no mercado de concessões desde que esse modelo foi inaugurado no Brasil, uma das mais antigas é de Limeira e Ribeirão Preto, que data de 1995. Hoje a GS Inima tem 14 projetos de concessão, com presença em Alagoas, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e mais recentemente o  Espírito Santo. A inclusão do Espírito Santo se deu pela estabilidade institucional, que é importante para nós que temos investimentos de longo prazo. Também pela estabilidade econômica, a economia brasileira pode ser instável, mas o Espírito Santo se destaca nesse sentido.

MB: Como vai funcionar a operação em Vitória e qual será o impacto?

PR: Vamos fazer uma nova estação de tratamento de esgoto com tratamento terciário mais moderna em uma área cedida pela ArcelorMittal para substituir a ETE Camburi, que será desativada. A própria Arcelor vai consumir essa água.

Nós temos a projeção de ter um portfólio de projetos no Espírito Santo. Nossos projetos não são oportunísticos, são de permanência. Queremos investir mais em fontes alternativas de água, como reúso e dessalinização, que é uma tendência no Espírito Santo. Temos mais de US$ 100 milhões de recursos disponíveis para investir no Brasil, além do financiamento que podemos captar.

Temos acompanhado outros projetos anunciados pela Cesan, que deve realizar mais PPPs de esgotamento sanitário e agora, protocolamos junto ao Governo do Estado uma autorização para fazer um estudo de viabilidade de uma planta de dessalinização para uso industrial e até mesmo potável.

 

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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