Às vésperas do início do tarifaço de 50% do presidente dos Estados Unidos Donald Trump a produtos brasileiros, o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) falou sobre a lista de exceções divulgada pelo governo estadunidense.
A lista diz respeito aos itens que não serão taxados pelas taxas e os impactos para a economia capixaba. Para o vice-governador, o momento é de diálogo, e não de apresentar retaliações econômicas ao governo norte-americano.
Não é hora de retaliar, é hora de continuarmos à mesa negociando e mostrando que essas medidas impactam negativamente a nossa realidade, mas também impactam negativamente a realidade dos Estados Unidos. Um exemplo disso é o café, para cada dólar exportado de café verde, isso gera lá outros 40 dólares de agregação na economia americana.
Ricardo Ferraço, vice-governador
Impactos do café para economia dos Estados Unidos
O Espírito Santo é o principal exportador de café para os Estados Unidos, e o produto não está incluído na lista de exceções para as tarifas.
Ferraço explica que o impacto das tarifas pode ser desastroso não somente para o Brasil, mas para a geração de empregos nos Estados Unidos. Uma vez que o país não produz o café, 130 mil vagas de emprego podem estar ameaçadas.
“Somente o segmento de café nos Estados Unidos, somente o arranjo de café em toda a sua extensão, eles imaginam que gere 130 mil empregos. Então queremos mostrar para os Estados Unidos o quão injusta é essa medida, à medida que ela não tem evidência econômica. E os Estados Unidos não produzem e não vão produzir um conjunto desses produtos”, disse.
Lista de exceções
Segundo Ferraço, apesar de não ser uma solução, o Estado capixaba conta com alguns “alívios” em relação à medida de Trump, como a isenção de taxas para produtos como celulose, macadâmia e quartzito.
O mineral, como explica o vice-governador, representa 40% das exportações do setor de rochas naturais do Espírito Santo para os Estados Unidos. A não taxação do quartzito, então, daria uma sobrevida ao setor no Estado.
“Saiu finalmente hoje a ordem executiva do governo americano, e houve uma lista de exceções. Algumas coisas são positivas, como, por exemplo, celulose, não será tarifada. 40% daquilo que o setor de rochas naturais exporta para os Estados Unidos é quartzito, isso alivia. A boa notícia, se é possível dizer assim, é que essa lista é grande. E ao longo dos próximos dias, visto que o tarifaço foi adiado por sete dias, as negociações vão continuar”, afirmou.
De acordo com Ferraço, ainda não há informações sobre outros produtos como gengibre, pimenta-do-reino e pescados.
Apesar da tarifação do café ter sido mantida, o vice-governador segue otimista de que ela seja revista, uma vez que o produto é um dos mais consumidos nos Estados Unidos e ficará mais caro na mesa dos americanos.
“Temos expectativa de que o café entre, porque não é produzido nos Estados Unidos. Tenho a impressão de que vai entrar como polpa e suco de laranja, porque é um produto de consumo diário dos americanos”, relatou.