O governo do Espírito Santo decidiu reagir com firmeza às novas tarifas comerciais impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesse sentido, o Palácio Anchieta anunciou a criação de um comitê especial para acompanhar e estudar os impactos da medida no Estado.
Nós não podemos ficar inertes, temos que agir. Estamos agindo.
Renato Casagrande, governador do ES
Segundo ele, o comitê será responsável por avaliar os efeitos das tarifas sobre a economia capixaba e traçar medidas para minimizar os prejuízos.
A ação do governo estadual visa responder com agilidade ao impacto potencial das novas tarifas sobre os principais setores exportadores do Espírito Santo. Com 29% de suas exportações destinadas ao mercado norte-americano, o Estado é o segundo mais afetado do país, atrás apenas do Ceará. Nesse sentido, o comitê pretende prevenir perdas na arrecadação estadual e municipal, além de proteger empregos em segmentos como rochas ornamentais, siderurgia, papel e celulose, bem como café, frutas e macadâmia.
O comitê terá representantes das Secretarias de Desenvolvimento, Fazenda, Planejamento e da Casa Civil, além da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), do Banco de Desenvolvimento (Bandes) bem como do Banestes. O grupo vai trabalhar em conjunto com o setor produtivo para identificar impactos concretos e propor soluções práticas. “Vamos analisar os efeitos das tarifas, caso elas continuem, sobre a receita do Estado e municípios. Do mesmo modo vamos avaliar a necessidade da adoção de medidas para conter despesas”, destacou Casagrande.
Diálogo com os setores e ações preventivas
A principal função do novo comitê será dialogar diretamente com os setores que terão mais impacto com as medidas norte-americanas. O objetivo é avaliar com precisão os prejuízos e identificar formas de manter empregos, preservar arrecadação e garantir a continuidade das atividades econômicas.
Estamos constituindo esse grupo de trabalho para estarmos bem próximos aos segmentos produtivos, para entender com precisão e clareza esse impacto e definir as medidas que poderemos adotar para mitigar efeitos.
Ricardo Ferraço, vice-governador e coordenador do comitê
Ferraço também enfatizou a necessidade de união entre o poder público e o setor privado diante do novo cenário econômico. “Sobretudo na manutenção dos empregos e das oportunidades que todos esses segmentos geram para economia do Espírito Santo. Segmentos que são grandes recolhedores de impostos e que contribuem e muito para financiar as nossas políticas sociais”, observou.
As reuniões do comitê devem começar ainda nesta semana, com foco inicial na escuta dos setores empresariais. A intenção do governo é antecipar cenários, preparar medidas fiscais caso haja queda na arrecadação bem como buscar articulações junto ao Governo Federal. O objetivo é defender os interesses do Espírito Santo em âmbito nacional.
A expectativa é que, a partir das análises do grupo, sejam anunciadas medidas concretas que assegurem a manutenção da competitividade das exportações capixabas. Ou seja, evitando demissões em massa e quedas bruscas na arrecadação pública.