Economia

NBD, banco dos BRICS, busca realizar empréstimos em moedas de países membros

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Pequim – Uma das principais estratégias do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como o Banco dos BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), é explorar as oportunidades de realizar empréstimos nas moedas nacionais dos países membros, conforme informou hoje o vice-presidente para pesquisas econômicas da instituição, Paulo Nogueira Batista. “Isso é uma coisa muito importante”, disse ele, em Pequim, onde acompanha a comitiva do governo brasileiro, que fará seminários e reuniões bilaterais na cidade e depois parte para Xiamen, onde haverá a cúpula dos BRICS.

Nogueira Batista citou que apenas três projetos do NBD até agora foram fechados em moeda local – sempre o yuan chinês. “Queremos usar outras moedas nacionais em operações do banco”, afirmou. Segundo ele, uma das dificuldades da instituição é que projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável são de longo prazo e na área de bens não comercializáveis, que geram apenas receita em moeda local e não têm o “hedge natural” do câmbio, ao contrário do que acontece na área de comercializáveis. “Esses projetos, portanto, ficam com risco cambial significativo, quando uma moeda forte, com alta liquidez internacional, é usada. Se puder ser usada moeda local, é melhor. Temos ouvido uma vontade dos membros de que o banco leve adiante esse objetivo.”

Para o Brasil, apenas um projeto foi fechado até o momento, junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Este contrato, segundo ele, conta com um aspecto “singular” porque a operação foi fechada em dólares, mas o BNDES faz operações para os tomadores brasileiros em reais. O risco cambial, portanto, é do banco de fomento brasileiro. Nogueira Batista deve se encontrar na China com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro.

O vice-presidente do NBD disse que a vontade de ampliar o uso das moedas dos países membros da instituição, no entanto, não significa o fim da utilização de moedas já fortes, como o dólar principalmente. “Não é que tudo será a partir de agora sempre em moedas locais. É preciso ter funding correspondente”, considerou. A moeda chinesa saiu na dianteira, já que o primeiro bônus do banco foi emitido em yuan. Para usar outras moedas nacionais, segundo ele, é preciso fazer esse “esforço duplo”. Além disso, o mercado chinês é maior, mais líquido e conta com oportunidades de funding em moeda nacional. “Em resumo, é mais acessível. Vamos olhar outras oportunidades em outros países.