Artigo do nosso ilustre colaborador, Clóvis Vieira, economista e consultor organizacional.

Vivemos um tempo difícil e de incertezas. O ano de 2015 será duro para o Brasil e desafiador para o resto do mundo.

Teremos uma maior austeridade fiscal norteada pela nova equipe econômica, que assumiu com o Ashampoo_Snap_2015.01.22_16h24m22s_007_compromisso hercúleo de colocar em dia as contas do governo e de trazer a inflação para até no máximo 4,5%, no ano de 2016. Para isso, trabalha com um cenário de elevação significativa da inflação no início do ano, em linha com o reequilíbrio de preços relativos de economia, tanto nos bens administrados quanto no câmbio.

O câmbio será um fator determinante ao longo do ano, dada a depreciação ocorrida e esperada, bem como o reajuste dos preços administrados, já adotado com o fim do financiamento do consumo de energia com recursos do Tesouro, e agora com a elevação do PIS, COFINS e CIDE sobre os combustíveis.

Quanto à austeridade fiscal, a nova equipe econômica já tem sinalizado com o realismo tarifário, o fim do patrimonialismo, a alta no IOF incidente sobre o crédito para o consumidor, o início da elevação da TJLP e a alteração nos requisitos para concessão do auxilio desemprego. O ajuste fiscal começa corretamente pelo lado das despesas de custeio.

A atividade em 2015 terá um cenário de desaquecimento, podendo trazer reflexos contundentes no mercado de trabalho. Com isso, a inflação de serviços poderá recuar trazendo uma espécie de alívio a todos nós, em 2016, aliado ao menor impacto dos efeitos de ajustes de preços administrados.

Para a reconquista da credibilidade, o governo se valerá de esforço conjunto da autoridade monetária e fiscal. Cabe ressaltar que o COPOM deixou claro que fará mais altas com a Selic, e dada a evolução dos esforços fiscais, será possível ao BACEN manter a taxa inalterada por algum tempo.

Quanto à taxa de câmbio, dependerá tanto das medidas que as autoridades monetárias promovam aqui, quanto daquelas tomadas pelo resto do mundo. Possivelmente nada acontecerá até o final do segundo semestre de 2015, ainda que a liquidez permaneça nos EUA, trazendo a sensação de que o FED vai agir a qualquer momento, o que contribui para a valorização do dólar diante as outras moedas.

Finalizando, percebemos que estamos caminhando na direção de uma política econômica menos criativa e mais ortodoxa, com a nítida sensação de que os seus custos estão batendo à porta e os seus resultados só serão conhecidos num horizonte mais amplo. Oxalá, ao final de 2015, tenhamos uma boa ideia do que nos reserva o futuro.

Getulio Apolinário Ferreira

Colunista

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.