Reconquistando Clientes insatisfeitos – o método Reconquistando Clientes insatisfeitos – o método Reconquistando Clientes insatisfeitos – o método Reconquistando Clientes insatisfeitos – o método

O artigo a seguir foi escrito pelo amigo de longa data, Claudius D’Artagnan. Além da amizade, D’Artagnan é também nosso colega na Academia Brasileira da Qualidade, o que muito nos honra e motiva para as novas lutas em prol da qualidade, inovação e produtividade nas organizações.

Veja o artigo:

IMG_8527Administrar a insatisfação de clientes sempre foi um procedimento desgastante, por menos complexa que seja a origem da reclamação. A condição adotada pelo cliente é a de vítima e a conversação normalmente se desenrola num clima de constrangimentos e desconforto, mesmo considerando o interlocutor dotado de princípios mínimos de educação.

O tratamento a ser dispensado ao cliente insatisfeito deve ter condições especiais, na tentativa de amenizar ao máximo os efeitos e seqüelas nas relações de negócio provocadas pela eventual falha no produto ou serviço. Todos sabem que não existe um método que, num passe de mágica, faça o cliente mudar de opinião ou esquecer a insatisfação.

A tarefa pode ser trabalhosa, porém, algumas estratégias podem ser adotadas na expectativa de recuperar a confiança, diminuir o sentimento de logro e atenuar os ânimos nas negociações. A sugestão deste artigo resume-se em cinco passos denominados “Plano de Reconquista do Cliente”. A seqüência de aplicação dos passos pode variar conforme o caso.

PASSO 1 – PEDIR DESCULPAS

Antes de qualquer atitude justificatória, o ato de desculpar-se estabelece uma condição positiva, de humildade, tendendo o diálogo a uma condição mais amena. Um pedido de desculpas demonstrado com sinceridade dissipa e atenua a magoa do cliente. Entretanto, só isso não basta, é preciso inserir no diálogo a convergência da responsabilidade pela falha, de modo que o cliente tenha a nítida sensação de que seu problema é importante e que o fornecedor tomará providências. Uma postura não recomendada neste momento é apresentar ao cliente reclamante os devidos culpados, tentando eximir-se do problema. O cliente costuma não aceitar, nem perdoar justificativas tais como: “Peço desculpas senhor, mas o fulano de tal do outro setor é que enganou-se!”. O melhor a fazer neste momento, é utilizar o pronome “nós”, dizendo: “Senhor, peço desculpas em nome de toda equipe, nós erramos, mas vamos estar mais atentos para que a falha não se repita”.

PASSO 2 – IDENTIFIQUE A CAUSA DO PROBLEMA

Problemas cujas causas não foram tratadas com ações corretivas tendem a reaparecer. A prática de ações ineficientes, também conhecidas como ações “quebra-galho”, contribui para o reaparecimento da falha e uma nova condição de aborrecimento ao cliente. Desculpar-se apenas, pode ser uma medida aceita momentaneamente, mas o reaparecimento da falha é injustificável e irritante até para o mais passivo dos clientes. O fornecedor deve assegurar-se que a ação corretiva foi eficaz e o problema não mais ocorrerá. Quando possível, o cliente deve ser informado sobre as ações tomadas. Isto vai demonstrar uma condição de preocupação com o problema e suas queixas, numa intenção efetiva de eliminação total da causa.

PASSO 3 – EMPATIA NA COMUNICAÇÃO

GAF00475O cliente deve sentir através do diálogo que o fornecedor está comprometido com a solução do problema. A comunicação deve ser objetiva, clara e sem rodeios. O cliente tem de perceber sinceridade e seriedade nas respostas e entender que você realmente sabe como ele se sente. Tentar apaziguá-lo ou agir em tom superior nesta hora, só complicará o processo de empatia. É bom lembrar que uma boa comunicação interpessoal atua apenas como um instrumento e não como a solução da insatisfação. Algumas frases são recomendadas neste momento como: “Eu sei como se sente …”, O(a) senhor(a) tem razão …”, “Eu realmente entendo porque está aborrecido(a) …!”.

PASSO 4 – SURPREENDA ALÉM DA DEVOLUÇÃO

Esta é a oportunidade ímpar de superação das expectativas do cliente na tentativa de reconquistá-lo. Trata-se do momento apropriado para compensá-lo com algo que o surpreenda e amenize sua irritabilidade, indo além de ações triviais como efetuar a troca de um produto ou estornar um débito indevido, ou mesmo, simplesmente devolver o dinheiro da compra. É importante pensar em alguma forma de compensação adicional, para fazer com que o cliente se surpreenda positivamente. Ofereça-lhe uma condição especial compensatória, como por exemplo, um preço especial para compra de outro item, a extensão da garantia do produto em questão ou a ampliação da carência do prazo para efeito de pagamento. Caso a origem da reclamação esteja no âmbito dos serviços, envie um brinde acompanhado de um email ou de um telefonema. Seja qual for a condição, pense na solução como um valor agregado e não esqueça, aja com rapidez.

PASSO 5 – ACOMPANHE O PROCESSO

A falta de monitoramento da situação pode comprometer todo o esforço de reconquista de um cliente. Certifique-se de que a insatisfação foi controlada e se possível eliminada. Retome o contato com o cliente após alguns dias da aplicação do passo 4. Algumas perguntas são importantes nesta fase do processo, como: “Nós conseguimos resolver sua reclamação a contento?”, “O que mais podemos fazer para compensar nossa falha de atendimento?” “Podemos contar com sua compreensão?”.O acompanhamento do processo é um passo de fechamento do ciclo da reconquista do cliente.

Todo esse esforço tem uma importante justificativa, com base numa sabedoria popular das relações de mercado que aponta a seguinte correlação:

Um cliente satisfeito conta para outros 3 ou 5 clientes potenciais. Entretanto, um cliente injuriado, cuja insatisfação foi tratada com descaso, certamente Ashampoo_Snap_2014.11.12_16h27m23s_004_contará para mais ONZE. Pense nisso!!!

Claudius D´Artagnan C. Barros é administrador de empresas (OGE/SP), pós-graduado em gestão empresarial e administração de recursos humanos (INPG/SP), especialização pela Japanese Union of Scientists and Engineers (JUSE), fundador da União Brasileira para a Qualidade (UBQ), empresário e docente do curso de pós graduação da Faculdade de Engenharia de Roseira (UNISAL) e membro da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ).

Getulio Apolinário Ferreira

Colunista

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.