Economia

Nível de preços continua elevado, apesar de IPCA menor em agosto, diz IBGE

Nível de preços continua elevado, apesar de IPCA menor em agosto, diz IBGE Nível de preços continua elevado, apesar de IPCA menor em agosto, diz IBGE Nível de preços continua elevado, apesar de IPCA menor em agosto, diz IBGE Nível de preços continua elevado, apesar de IPCA menor em agosto, diz IBGE

Rio – Apesar da desaceleração no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto, o nível de preços continua elevado, afirmou nesta quinta-feira, 10, a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. Segundo ela, a alta de 9,53% em 12 meses até o mês passado é uma evidência de que os preços ainda estão salgados para as famílias brasileiras.

“O nível de preços continua elevado, apesar de a taxa ter ficado em 0,22% (em agosto). Os preços continuam aumentando”, disse Eulina. A alta em agosto foi a menor para o mês desde 2010.

Segundo Eulina, alguns alívios foram muito pontuais, como é o caso das passagens aéreas, cuja queda de 24,90% tirou sozinha 0,11 ponto porcentual do IPCA. “Apesar de a redução ter sido muito forte, é um item que oscila bastante em função de calendário. Além disso, é uma parcela menor (da população que usa passagens)”, disse a coordenadora.

Os alimentos, por sua vez, ficaram neutros no resultado, diante da queda de 0,01% nos preços em média. Por um lado, a alimentação na residência ficou 0,32% mais barata, com quedas no tomate, na cebola e na batata-inglesa, favorecidos por uma nova safra. Por outro, a alimentação fora de casa subiu 0,57%, e o principal impacto individual veio da refeição fora (0,03 ponto porcentual).

O dólar deu indícios fortes de influência em itens como artigos de TV, som e informática (1,36%), artigos de higiene pessoal (1,02%) e automóvel novo (0,30%). Sozinhos, os artigos de higiene pessoal também ficaram no topo da lista de impactos, com a adição de 0,03 ponto porcentual ao IPCA.

No caso de automóvel novo, os sinais de influência do dólar são fortes, já que a demanda está em queda, observou Eulina. “Há indícios de que seja o dólar, porque as vendas já estão em queda de mais de 20% neste ano. Ainda assim, a demanda pode estar fazendo com que esse fator (câmbio) influencie menos do que seria esperado”, explicou a coordenadora. Em 12 meses, o automóvel novo já ficou 7,48% mais caro.

Etanol

De acordo com Eulina, os preços do etanol subiram em agosto diante das dificuldades na colheita de cana-de-açúcar. A alta foi de 0,60% no IPCA do mês passado.

“O etanol está subindo por conta de dificuldades na colheita de cana-de-açúcar. Isso pressiona também o custo da gasolina”, afirmou a coordenadora.

Em agosto, os preços da gasolina subiram 0,67%, com aumentos em cinco regiões. O resultado do item adicionou sozinho 0,03 ponto porcentual do IPCA do mês passado.

Serviços

Com uma queda forte nos preços de passagens aéreas, a inflação de serviços desacelerou na passagem de julho para agosto, informou IBGE. O IPCA de serviços subiu 0,32% no mês passado, contra elevação de 0,54% em julho.

Em 12 meses, a inflação de serviços também perdeu força, de 8,54% em julho para 8,25% em agosto. “Mesmo assim, os preços de serviços ainda estão resistentes”, ponderou Eulina.

As passagens aéreas ficaram 24,90% mais baratas no mês passado. Apesar disso, itens como aluguel residencial (0,40%) e condomínio (0,71%) continuaram subindo. Uma das razões para a alta do condomínio são os reajustes recentes em tarifas de água e esgoto e de energia elétrica, explicou Eulina. Em agosto, houve ainda o aumento nos preços de cursos regulares (0,78%) e de cursos diversos, como idiomas (1,62%), reflexo do início do segundo semestre letivo.

No caso dos administrados, o alívio foi ainda maior, diante da queda nos preços da energia elétrica em função da redução de tributos que incidem sobre a conta dos brasileiros. Com isso, o índice de monitorados subiu 0,32% em agosto, contra alta de 1,17% em julho, informou o IBGE.

Em 12 meses, os monitorados já sobem 15,77% até agosto, com destaque para a energia elétrica, que avança 54,45% neste confronto.