Economia

ONS prevê que este mês choverá no Sudeste menos da metade da média de janeiro

Redação Folha Vitória

São Paulo - As previsões para o volume de chuvas na região Sudeste, a mais importante do País em termos de capacidade de armazenamento de água, apresentaram importante deterioração na última semana. Dados divulgados nesta sexta-feira, 16, pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico indicam que a Energia Natural Afluente (ENA) no subsistema Sudeste (que inclui também o Centro-Oeste) em janeiro deve ser equivalente a 44% da média histórica para o período. Na sexta-feira passada, a previsão para a ENA em janeiro era equivalente a 56% da média de longo termo (MLT) do mês.

Diante do cenário menos favorável, o Informe do Programa Mensal de Operação (IPMO) publicado semanalmente pelo ONS aponta elevação no custo marginal de operação (CMO) do sistema na semana de 17 a 23 de janeiro e um final de janeiro com menos água armazenada nos reservatórios.

O CMO, indicador que dimensiona o custo de geração de energia no Brasil e balizador do preço de liquidação das diferenças (PLD), foi estabelecido em R$ 1.402,96/MWh na próxima semana. O número, válido para as regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul, representa uma expansão de 52,9% em relação à semana anterior. Para as regiões Nordeste e Norte, o indicador foi reduzido em 10,2%, para R$ 823,65/MWh. Na sexta-feira passada, o ONS divulgou um CMO de R$ 917,57/MWh para todas as regiões.

Os elevados patamares do CMO devem fazer com que o preço do PLD para a próxima semana permaneça no patamar máximo autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que é de R$ 388,48/MWh. Desde o início deste ano o PLD tem se mantido em R$ 388,48/MWh.

As mais recentes projeções do ONS mostram que, além da alta nos custos de geração, a situação dos reservatórios também é preocupante. O cenário base previsto pelo operador sugere que o nível operativo dos reservatórios na região Sudeste chegará ao final de janeiro em 18,5% da capacidade. Na sexta-feira passada, as projeções sugeriam 22,7% da capacidade preservada ao final deste mês.

Chance de racionamento

"A chance de enfrentamos um risco de racionamento é da ordem de 30%, embora o governo fale em chance de menos de 5%. Quando observamos a situação real, percebemos que os reservatórios não estão sendo recompostos", alerta o presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria. Ele lembra que, por estarmos em um período chuvoso, a expectativa indicava uma recuperação mais consistente dos reservatórios. O nível de armazenamento na região Sudeste está em 18,72%, considerando dados de quinta-feira, 15, o que significa que o volume dos reservatórios deve encolher ao longo das próximas duas semanas.

As perspectivas para as demais regiões também se deterioraram. O nível dos reservatórios na região Sul deve ficar em 68,6% no dia 31 de janeiro. Na sexta-feira passada, a previsão era de 75,7%. Na região Nordeste, o número foi revisado de 17,9% para 16,6%. No Norte, caiu de 39,5% para 32,2%.

O ONS prevê que a ENA ficará em 222% da MLT na região Sul, 27% da MLT na região Nordeste e 63% da média na região Norte. Conforme a medição de ontem feita pelo ONS, os reservatórios operavam com 69,72% da capacidade no Sul, 17,70% no Nordeste e 34,61% na região Norte.

Carga

O ONS também revisou a projeção de carga mensal no sistema nacional (SIN) durante o mês de janeiro. Para agravar ainda mais a situação do mercado elétrico nacional, a demanda deve crescer 1,1% na comparação com janeiro do ano passado. Na última sexta-feira, a projeção indicava uma alta de 0,9%. A carga prevista no mês está em 68.696 MW médios, contra 68.586 MW médios previstos uma semana atrás.

A variação é explicada principalmente pela expectativa de números maiores nas regiões Sul e Nordeste. A carga na região Sul deve crescer 0,9%, ao contrário da previsão negativa de 0,4% de uma semana atrás. Na região Nordeste, a projeção foi elevada de 3,9% para 4,3%.

A carga na região Sudeste, por outro lado, foi reduzida de 1,3% para 1,1%. Na região Norte, a previsão foi ajustada de -4,4% para -4,8%.

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