Economia

Chapas de mármores do Espírito Santo ganham mercado internacional

Materiais mais nobres e com valores maiores do que os granitos caem no gosto dos americanos, canadenses e italianos. Vendas aumentaram mais de 45% em 2015

Olívia Tirello é superintendente do Centrorochas Foto: Folha Vitória

Referência em elegância, requinte e modernidade, os mármores polidos de empresas do Espírito Santo registraram um crescimento nas vendas para o exterior de 45,04% em 2015, se comparado com 2014, e ganham espaço em residências e projetos comerciais nos Estados Unidos, no Canadá, na Itália, na Espanha e no Reino Unido.

O preço chega a ser o dobro do vendido por uma chapa de granito, material já considerado de alto valor agregado. O balanço é do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), que utiliza como base os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Os mármores são mais maleáveis, com uma granulometria fina e de cores mais únicas, sendo considerados materiais nobres no mercado internacional. 

“Há outros países que vendem mármores, como a Turquia, por exemplo. Porém conseguimos conquistar uma parte desse mercado em 2015, pois os materiais brasileiros são sinônimos de elegância”, explicou a superintendente do Centrorochas, Olívia Tirello. Em 2015, as vendas totalizaram US$ 41,1 milhões contra US$ 28,3 milhões, em 2014.

Apesar do crescimento, as chapas de mármore ainda perdem em vendas para as de granito, principal carro-chefe das operações de exportação de empresas capixabas: ano passado foram US$ 832,8 milhões em vendas, uma queda de 2,75% se comparado com 2014, visto uma pequena desvalorização do preço no mercado. O valor médio da tonelada passou de US$ 811,39 para US$ 756,58, afetando o resultado final. “Em toneladas, houve um aumento de 4,29%”, lembrou Tirello.

Neste mercado, os Estados Unidos continuam sendo o grande comprador dos granitos brasileiros, principalmente dos exóticos; seguidos pelo Canadá e México. Do total exportado em 2015, US$ 808,5 milhões foram vendidos para esses três países. “O setor precisou se reinventar em 2008 e 2009 por conta da crise nos Estados Unidos, e agora percebemos claramente a retomada desse mercado, o principal parceiro do Brasil no setor”, reforçou a superintendente do Centrorochas.

O cenário menos promissor em 2015 ficou com as vendas de blocos de mármore e granito, que fecharam com queda de 19,75% e 20,78%, respectivamente, mesmo com aumento de mais de 10% no preço da tonelada. Esse desempenho ocorreu por causa da desaceleração da China, principal comprador de blocos, cujas vendas registraram uma baixa de 27,72%. Por outro lado, a Itália, segundo maior comprador de blocos das empresas do Espírito Santo, fechou suas operações com alta de 1,47%. 

“Houve equilíbrio em 2015, o que consideramos importante, visto o atual cenário econômico. Acredito que neste ano o segmento consiga manter as vendas fortes para o exterior. O que nos falta é infraestrutura adequada para escoamento da produção e conclusão das operações de exportação, mas estamos buscando soluções para esses velhos gargalos”, enfatizou Tirello. 

 

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