Economia

Lançamento de imóveis cai 14,5% no período de 3 meses até novembro, diz Abrainc

Redação Folha Vitória

São Paulo - As empresas do setor de imóveis residenciais continuaram a ajustar seus lançamentos ao cenário de demanda mais fraca, resultado da restrição de crédito e baixa confiança dos consumidores. Nos três meses até novembro de 2015, os lançamentos de imóveis recuaram 14,5%, para 16.825 unidades, na comparação com igual período do ano anterior. Já no lado da demanda, foram negociadas 25.051 unidades, queda de 16,0% na base anual, de acordo com estudo divulgado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em conjunto com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Para o diretor Luiz Fernando Moura, da Abrainc, o volume mais baixo na oferta de unidades novas frente ao total de vendas no período indica que o mercado caminha para um equilíbrio, o que poderia estimular a retomada de lançamentos. No entanto, o impasse político e a paralisação da economia dificultam a perspectiva de recuperação no setor. "A tomada de decisão de longo prazo, como é o caso da aquisição de um imóvel, depende muito da confiança no País", afirmou o executivo.

Outro reflexo do ajuste é a queda nas entregas de imóveis. Nos três meses até novembro, foram entregues um total de 28.478 unidades, uma retração de 42,3% frente ao total de unidades no período igual de 2014. Como resultado, o mercado disponibilizava 103.259 unidades para compra ao final de novembro.

Ao ritmo do trimestre seriam necessários 14,3 meses para vender toda a oferta atual. O diretor da Abrainc ressaltou que a velocidade de vendas observada atualmente, de 12 meses a 14 meses, poderia indicar uma retomada de novos lançamentos, caso a economia mostrasse condições mais favoráveis. "Se a confiança no País estivesse melhor, esse é um nível que indicaria novos lançamentos", afirmou.

No período, foi vendido o equivalente a 20,9% da oferta, uma queda de 3,3 pontos porcentuais face ao observado no mesmo período de 2014. Já na relação com os três meses findos em agosto, a baixa foi de 3,0 pontos.

O executivo também apontou que, nos três meses até novembro, os lançamentos subiram 12,9% frente o trimestre findo em agosto. No entanto, esse movimento é decorrente uma questão de sazonalidade, disse Luiz Fernando Moura, ao explicar que o mercado não costuma aumentar a oferta no meio do ano por coincidir com meses de férias.

Já no final do ano, as empresas tendem a lançar mais para se beneficiar de um aumento do recursos dos compradores, devido ao recebimento do 13º salário, por exemplo. Na comparação trimestral, as vendas recuaram 11,7% e as entregas caíram 7,0%.

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