Economia

Bolsonaro diz que aceitar seu desconhecimento em áreas é sinal de humildade

Depois dos desencontros sobre as principais medidas econômicas dentro do governo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que a aceitação do seu desconhecimento em muitas áreas "é sinal de humildade". "O desconhecimento meu em muitas áreas e a aceitação disso é sinal de humildade. Tenho certeza, sem qualquer demérito, que conheço um pouco mais de política do que Guedes e ele conhece muito, mas muito mais de economia do que eu", disse Bolsonaro.

A declaração, feita durante a posse dos novos presidentes dos bancos públicos, ocorre poucos dias após Bolsonaro ter dado informações da área econômica que acabaram desmentidas por aliados sobre mudança na tabela do Imposto de Renda.

Também houve ruído sobre a proposta da reforma da Previdência. Diante do imbróglio causado pelas falas de Bolsonaro, Guedes evitou falar com a imprensa na semana passada e chegou a desmarcar compromisso.

Amizade

Nesta segunda-feira, 7, Bolsonaro relembrou como conheceu Guedes, há cerca de dois anos, e disse que os dois construíram uma relação de amizade. "Quero agradecer ao ministro Guedes que acreditou em mim. Ele passou a me conhecer a partir daquele momento, há uns dois anos, e eu disse 'eu acredito no senhor'. Ele me falou que eu poderia chamar de você, mas nossa formação não permite isso. Nasceu ali uma amizade", discursou Bolsonaro.

Liberdade

Ele também destacou que Guedes e os outros ministros "tiveram liberdade para escolher todo o seu primeiro escalão sem qualquer interferência política", citando também as indicações para as diretorias do BNDES, Banco do Brasil e da Caixa.

"Até pouco tempo, com minha experiência de 28 anos de parlamentar, o que mais se ouvia era saber qual partido ia ficar com essa ou aquela diretoria de banco. Sinal claro de que não poderíamos prosperar na economia", avaliou o presidente da República.

'Homens do dinheiro'

Ao iniciar sua fala, Bolsonaro brincou que "com toda certeza o evento é bastante concorrido porque são os homens do dinheiro que estão aqui". "Só que desta vez é dinheiro do bem", completou.

Em referência ao seu slogan, o presidente também defendeu que "transparência acima de tudo", incluindo informações da sua gestão e de seus antecessores. "Todos os nossos gastos terão que ser abertos ao público, e o que ocorreu no passado também. Não podemos permitir qualquer cláusula de confidencialidade pretérita."

Distorções no crédito estatal

O ministro Paulo Guedes, por sua vez, disse que os novos presidentes dos bancos públicos terão que enfrentar distorções no crédito estatal que, segundo ele, foram alvo de fraudes que serão reveladas quando o novo governo abrir a "caixa preta" dessas instituições.

"O mercado de crédito está estatizado. Quando o BNDES recebe aportes para fazer projetos econômicos estranhos, para ajudar os mais fortes. Nós liberais não gostamos e achamos que isso é uma transferência perversa de recursos", afirmou Guedes, na cerimônia de posse dos novos presidentes dos bancos públicos. "A Caixa foi alvo de saques, fraudes, e assaltos ao dinheiro público. Isso ficará óbvio mais à frente, na medida que essas caixas pretas forem analisadas", completou.

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