Economia

Funcionários da Marcopolo votam proposta de férias e flexibilização de jornada

Redação Folha Vitória

Porto Alegre - Os cerca de 6 mil funcionários da fábrica da Marcopolo em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, estão votando nesta quarta-feira, 11, uma proposta de férias coletivas e outra de flexibilização de jornada, com o objetivo de adaptar a rotina da companhia à baixa demanda e, desta forma, evitar demissões. Como os colaboradores de diferentes turnos participam da votação, o resultado só deve ser conhecido na quinta-feira.

De acordo com a assessoria de imprensa da Marcopolo, a primeira proposta diz respeito às férias coletivas previstas para este mês, motivadas pela diminuição do volume de trabalho por conta do carnaval. A princípio a montadora interromperia as atividades entre 16 e 25 de fevereiro, mas agora pretende estender a paralisação até o dia 27, retomando as operações somente em 1º de março.

O outro projeto institui a possibilidade de que os funcionários trabalhem até seis dias a menos por mês em março, abril e maio. A proposta não prevê desconto de salário na folha de pagamento. Os dias não trabalhados formariam um banco de horas a serem "repostas" à empresa nos meses seguintes.

A Marcopolo nega que exista a perspectiva iminente de demissões. Conforme a assessoria, as propostas em votação buscam justamente enfrentar os efeitos da baixa demanda sem alterar o quadro de funcionários.

PSI

Além de sofrer as consequências do desaquecimento da economia e da trajetória de alta da taxa básica de juros, o setor de veículos pesados pode ser afetado pelas medidas de ajuste do governo federal.

Nesta terça-feira, as ações da Marcopolo e da Randon - que também tem sua matriz no Rio Grande do Sul - foram pressionadas pela possibilidade de que o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES, seja suspenso em meados deste ano, antes do seu prazo de vencimento. Nesta quarta os papéis também operam em queda. Por volta das 16h30, Marcopolo PN caía 4,76% e Randon PN perdia 5,06%.

A decisão, se confirmada, atingiria diretamente o segmento, já que grande parte das compras de veículos pesados é feita via PSI. Reportagem do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, informou que o Ministério da Fazenda teria a intenção de ampliar em até R$ 20 bilhões as receitas com medidas adicionais de ajuste fiscal, e umas das ações em análise seria a antecipação do fim do PSI.

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) estima que 1,5 mil postos de trabalho sejam fechados nas empresas da cidade no primeiro trimestre deste ano. Em 2014, o saldo de demissões foi de 5,2 mil.

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