Preços ao consumidor puxaram alta do IGP-DI em janeiro, diz Rosenberg
São Paulo - A queda de quase 5% nos preços da soja no atacado contribuiu decisivamente para a desaceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que limitou a aceleração do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de janeiro, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta sexta-feira, 6. Segundo o economista da Rosenberg Associados Leonardo França Costa, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) foi o componente que mais pesou sobre o IGP-DI no mês passado. "O IPC pressionou bastante. É a maior alta em quase 12 anos", ressaltou.
Na passagem de dezembro para janeiro, o IPA-DI desacelerou de 0,30% para 0,23%, o IPC-DI passou de alta de 0,75% para 1,73%, e o IGP-DI chegou a 0,67%, após avançar 0,38% na última leitura de 2014. O resultado do primeiro mês de 2015, ficou abaixo da mediana das estimativas de 28 instituições consultadas pelo AE Projeções, que era de 0,78%.
França Costa explica que em janeiro diferentes pressões inflacionárias pesaram sobre os preços ao consumidor. "Desde alimentação, com forte contribuição dos in natura, educação, o reajuste de transporte público e até habitação, com as bandeiras tarifárias (que indicarão o porcentual de aumento nos custos de energia elétrica)", pontuou.
Questionado sobre se as quedas registradas nas matérias-primas brutas (0,93%) e em bens intermediários (0,15%) em janeiro refletiriam nos bens finais e aliviariam o IPC nas próximas leituras, França Costa afirmou que o reflexo deve ser restrito aos preços de alimentos. "Pode até ser que tenha algum efeito deflacionário, mas ainda é preciso calcular qual seria este valor", ponderou. "Com um reajuste tarifário mais forte (em energia e transportes), esse movimento ajudaria na descompressão, vinda principalmente dos preços administrados", afirmou.