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Economia

Indústria 4.0: Saiba como essa revolução vai impactar no setor produtivo e do trabalho

Os efeitos provocam entusiasmo quanto ao desenvolvimento tecnológico, mas também grande preocupação em relação aos impactos no emprego global

Gustavo Fernando

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

A cada dia somos surpreendidos com a rapidez dos avanços tecnológicos. A tendência é que esses saltos aconteçam com maior frequência e impactem diretamente em nossa rotina, já que estamos vivendo a quarta revolução industrial. Dessa forma, falar em Inteligência artificial, internet das coisas, robótica e machine learning é cada vez mais comum e integrada a nossa realidade. 

A quarta revolução industrial, ou Indústria 4.0, é um conceito desenvolvido pelo alemão Klaus Schwab, diretor e fundador do Fórum Econômico Mundial. Segundo ele, a industrialização atingiu uma fase que novamente “transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos”.

Com isso, diferentes tecnologias surgem, se desenvolvem e se mesclam sem nos darmos conta. Quando percebemos, já estamos usufruindo dos seus benefícios e fazendo coisas que pareciam um sonho futurista pouco tempo antes. Pense em como assistíamos televisão ou utilizávamos o celular há alguns anos, hoje temos o mundo ao alcance das mãos, com alguns toques conseguimos pagar contas, fazer compras e até podemos falar com quem está do outro lado do planeta.

Entenda as revoluções industriais

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Crédito: www.canva.com/pt_br

Quando ocorre uma grande mudança no processo industrial por causa de uma série de inovações tecnológicas há impactos globais nos âmbitos social, econômico e político. Além disso, a próxima geração deve ser a mais impactada pela tecnologia em toda a história e, como reflexo, levar o contato com os robôs a um nível completamente diferente.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) estima que oito áreas irão sofrer grandes impactos com as novas tecnologias introduzidas pela 4ª Revolução Industrial, são elas: automotivo, alimentos e bebidas, máquinas e ferramentas, petróleo e gás, têxtil e vestuário, química e petroquímica, tecnologias da informação e comunicação e construção civil. 

Segundo o diretor da faculdade à distância Unigran Net, José Ronaldo Veronesi Júnior, a capacidade de criação ainda é humana, mas com a revolução industrial o profissional deixará de ser mão de obra operacional para ser o desenvolvedor dos processos e colocar a tecnologia para executar. 

"A Indústria 4.0 trará uma demanda de profissionais mais dinâmicos e atualizados com as tecnologias profissionais, com isso, eles vão ter que desenvolver habilidades e conhecimentos de uma forma mais rápida e dinâmica. É diante dessa necessidade que o ensino a distância proporciona o estímulo à formação de um profissional que deseja conquistar de forma contínua a construção do seu conhecimento de maneira disciplinada.

Mas como se preparar para a 4ª Revolução Industrial? O professor da MMurad/FGV e diretor da Progressiva Consultoria, Frederico Steiner, afirma  que o profissional que tiver a competência de se articular através de relacionamos humanos, em um mundo cada vez mais tecnológico, já estará se diferenciando de grande parte dos concorrentes profissionais. "As máquinas ainda são meios, mas a grande finalidade ainda são as pessoas". Confira as dicas do profissional para se preparar para a Indústria 4.0.

De olho no mercado

O engenheiro eletricista e segurança do trabalho da Diretora de Educação Sesi/Senai, Edglei Marques, ressalta que essa revolução possibilitará a criação de mais de 130 milhões de novos postos de trabalho até 2022,  e irá transformar as profissões já existentes. "É um processo que não visa apenas tornar a produção industrial mais barata, sustentável e eficiente, mas também fornecer melhores serviços. A Indústria 4.0 demanda que o trabalho antes braçal seja mais intelectual".

Edglei ainda afirma que para acompanhar as mudanças profissionais o mercado educacional precisou se reformular, a fim de atender as demandas dessa Indústria 4.0 e o novo perfil de profissional que ela exigirá: mais aptos a desenvolver habilidades como resolução de problemas, trabalho em equipe, empreendedorismo, orientação à mudanças e, além de tudo, a capacidade de aprender continuamente.

"Cursos técnicos como Desenvolvimento de Sistemas, Mecatrônica e Automação Industrial proporcionam aos jovens que entrarão nesse novo mercado adquirir as competências demandadas pela Indústria 4.0, pois além dos conhecimentos tecnológicos, a metodologia utilizada, baseada na formação por competências, proporciona o desenvolvimento de habilidades e atitudes para o profissional do futuro".

O gerente regional do Senai Vitória fez uma  análise das mudanças no mercado de trabalho e como as instituições de ensino preparam os profissionais do futuro. Confira vídeo!

De olho no futuro

A estudante Rosiane Darch Alves, de 21 anos,  já se formou em automação pelo Senai  e agora está cursando eletrotécnica. A ideia de realizar um novo curso técnico é justamente para garantir a requalificação e se adequar ao mercado de trabalho. "Sonho em trabalhar em uma empresa de grande porte no Espírito Santo, para isso, decidi me especializar ainda mais, já que existe um déficit de mão de obra qualificada no mercado". 

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Outro exemplo da busca por qualificação é o jovem Breno de Paulo, de 17 anos, que decidiu fazer um curso de inglês profissionalizante. O idioma é importante para concorrer  no mercado tecnológico. "Faço o curso há cerca de sete meses e tenho certeza que, além do desenvolvimento profissional, já tenho um diferencial para o mercado que quero".

Além de ajudar na disputa por uma vaga de emprego, saber inglês pode significar um salário até 61% maior no fim do mês, segundo pesquisa divulgada pela Catho realizada com 900 mil pessoas em mais de 4 mil cidades brasileiras. 

A gerente comercial da Enjoy, escola especializada no ensino do inglês profissionalizante, Fabiane Lucindo, aponta os principais diferenciais do idioma voltado para o mercado de trabalho:

As vantagens do inglês profissionalizante para o profissional do futuro

"Nossos alunos aprendem o inglês de forma prática e divertida, além disso conta com todo o apoio do setor de Rh para a preparação e inserção desse jovem no mercado de trabalho. O inglês profissionalizante é o meio mais completo para se preparar para o mercado, pois ele engloba as principais competências exigidas no cenário atual (Inglês, informática avançada e gestão empresarial). Isso os ensina a lidar com os desafios diários que serão enfrentados dentro da empresa."

Industria 4.0 no Brasil 

Apesar do conceito ser aplicado mundialmente, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), somente 1,6% das quase 800 empresas brasileiras consultadas possuem sistemas integrados ou processos inteligentes para subsidiar a tomada de decisões dos gestores. A expectativa do setor é que, em uma década, a Indústria 4.0 atinja 21,8% das empresas brasileiras. Entre as empresas de grande porte, o número é mais próximo da realidade dos grandes centros mundiais. Pesquisa da CNI aponta que entre as 632 industrias consultadas, 73% encontram-se na Indústria 4.0, mesmo que ainda no estágio inicial de implantação das tecnologias.

Veja quais são os principais pontos que compõem a 4ª Revolução Industrial: 

Foto: Divulgação Senai


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