Economia

Geradores de empresas podem levar 3,2 mil MW para o sistema em abril, diz Aneel

Redação Folha Vitória

Brasília - O governo lançou, nesta quarta-feira, 11, as diretrizes do plano para atrair empresas consumidoras que possuem geradores próprios a produzir energia para o sistema. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há um potencial de 3,2 mil megawatts que poderiam entrar na rede já no mês de abril. O sucesso do programa, porém, vai depender basicamente do preço que o governo está disposto a oferecer para esses estabelecimentos colocarem seus geradores para funcionar. Esses valores ainda terão de ser definidos pela Aneel.

Na segunda-feira,10, o diretor-geral da agência, Romeu Rufino, adiantou que cada fonte terá um preço diferente, para que os custos dessa geração emergencial sejam devidamente remunerados. Rufino explicou que o preço da energia produzida por geradores a gás poderia ficar abaixo do teto do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), hoje em R$ 388,48. No caso da energia gerada a diesel, esse valor teria que ser bem maior, admitiu o diretor-geral.

O caso foi retirado da pauta de ontem da diretoria da Aneel, a quem caberá elaborar os modelos de editais e de contratos do programa, justamente porque a portaria do Ministério de Minas e Energia ainda não havia sido editada.

O documento foi publicado hoje no Diário Oficial da União (DOU) e determina que as distribuidoras façam chamada pública para verificar o interesse de consumidores de suas áreas de cobertura em participar do programa. Os requisitos exigidos limitam o número de possíveis candidatos a shopping centers, hotéis, estabelecimentos comerciais, pequenas indústrias e estádios de futebol, por exemplo.

A ideia é de que esses consumidores que já têm e utilizam seus geradores no horário de ponta, quando a energia é mais cara, coloquem os equipamentos para funcionar em outros períodos do dia, produzindo energia para todo o sistema.

Caberá aos próprios interessados encontrar formas de arranjar o combustível utilizado pelo gerador. O mais provável é que consumidores com geradores movidos a gás se interessem pelo programa, pois não é preciso estocá-lo. Para consumidores com geradores a diesel, o desafio será justamente encontrar uma forma de guardar o combustível.

Os interessados terão de instalar um sistema de medição nos geradores para verificar a quantidade de energia produzida. O pagamento por essa energia será feito pela distribuidora, que será ressarcida pela arrecadação do sistema de bandeiras tarifárias ou na data do reajuste tarifário anual. Os contratos terão prazo até 18 de dezembro deste ano.

O potencial efetivo de produção de energia, porém, ainda é uma incógnita. Em tese, se os preços forem atrativos e o fornecimento de combustível não for um problema para esses consumidores, todos esses geradores poderiam produzir 3,2 mil MW médios, se funcionassem 24 horas por dia. Se funcionassem 12 horas por dia, seria 1,6 mil MW médios.

Somente consumidores conectados à alta tensão poderão participar. Consumidores ligados diretamente ao sistema de transmissão não serão aceitos, caso de grandes indústrias da siderurgia e de alumínio, por exemplo. Também não poderão participar consumidores que tenham vendido energia no mercado de curto prazo nos últimos cinco anos. Consumidores dos Sistemas Isolados, ou seja, não atendidos pelo Sistema Interligado Nacional, também não poderão aderir ao programa.

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