Economia

ONS eleva previsão de energia natural afluente no Sudeste

Redação Folha Vitória

São Paulo - O maior volume de chuvas na última semana e a expectativa de que a incidência pluviométrica continuará favorável entre 14 e 20 de março levou o Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico a projetar um cenário favorável para o nível dos reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste ao final deste mês. Em informe semanal publicado nesta sexta-feira, 13, o ONS informa que a Energia Natural Afluente (ENA) da região SE/CO neste mês será equivalente a 83% da média de longo tempo (MLT) do período. O número supera os 75% previstos na semana passada.

Diante da revisão da ENA, O ONS também elevou de 28,2% para 29,1% da capacidade de armazenamento o nível esperado para os reservatórios no dia 31 de março. Ontem, os reservatórios da região operavam com o equivalente a 22,5% da capacidade de armazenamento.

A nova previsão confirma a gradativa melhoria do cenário para o mês de março desde o início do mês. O primeiro informe para o mês indicava que as chuvas seriam correspondentes a 69% da MLT. Com isso, o nível dos reservatórios ao final de março chegaria a apenas 27,1%. Até aquele momento, os reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste operavam 20,36% da capacidade. Para a próxima semana, a previsão do ONS indica que as chuvas no SE/CO serão equivalentes a 96% da média histórica para o período.

A região Sudeste/Centro-Oeste, contudo, é a única a apresentar melhoria substancial nas projeções semanais do ONS. A ENA estimada para a região Nordeste, onde o nível dos reservatórios também é reduzido, ficou mantida em 39% da MLT. No caso do Norte, houve queda de 77% para 70% da média.

De acordo com o ONS, o armazenamento de água nos reservatórios da região Nordeste deve terminar o mês em 23,3% da capacidade. Na semana passada, a previsão indicava 21,8%. No caso do Norte, o número estimado foi revisto de 71,9% para 62,5% da capacidade. Ontem, os dois reservatórios operavam com 19,49% e 43,94% da capacidade, respectivamente.

A região Sul continua sendo exceção, apesar de o nível da ENA estimada para o acumulado de março tenha caído de 139% para 122% da MLT. O ONS elevou de 44,4% para 50,1% o nível de armazenamento dos reservatórios ao final deste mês. Na quinta-feira, 12, o mesmo indicador estava em 48,23%.

CMO

O ONS também anunciou hoje uma redução no Custo Marginal de Operação (CMO) para a semana entre 14 e 20 de março. O CMO é um balizador do preço de liquidação das diferenças (PLD), número que determina os preços praticados no mercado de curto prazo. O PLD será divulgado mais tarde pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e deve permanecer no patamar máximo de R$ 388,48/MWh estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O CMO para as regiões Sudeste e Sul foi reduzido de R$ 1.256,26/MWh na sexta-feira, 6, para R$ 1.130,44/MWh hoje, uma retração de 10%. O número continua abaixo do limite de R$ 1.420,34/MWh considerado o primeiro patamar de déficit estabelecido pela Aneel. Com o custo da energia acima desse patamar, o consumo de energia deveria ser reduzido em 5%, medida que não chegou a ser adotada mesmo quando o limite foi ultrapassado.

Nas regiões Nordeste e Norte, por outro lado, o CMO subiu. No Nordeste, o indicador oscilou de R$ 639,56/MWh para R$ 759,12/MWh, uma variação de 18,7%. No Norte, a subida foi de 55,9% após o indicador oscilar de R$ 345,50/MWh para R$ 538,73/MWh.

Carga

O ONS prevê que a carga crescerá 2,4% em março, na comparação com o mesmo período do ano passado. Na semana passada, a previsão indicava alta 2,9%. O resultado será puxado basicamente pela região Sul, onde a carga deve crescer 8,7% - a previsão da semana passada indica aumento de 9,4%. A carga total prevista para março é de 67.961 MW médios, dos quais 12.159 MW médios apenas da região Sul.

A carga nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste também deve crescer, mas em menor proporção. A variação esperada para o comparativo anualizado nas duas regiões é de 0,8% e 4,7%, respectivamente. A carga na região Norte, por outro lado, deve encolher 3,1% na base comparativa.

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