Economia

Ministro defende reforma da OMC em audiência na Comissão de Relações Exteriores

Segundo Araújo, a reforma do OMC é necessária nos próximos anos. "Inevitável", afirmou aos parlamentares presentes na reunião

Redação Folha Vitória
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, defendeu a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa, comandada pelo filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). É a primeira participação de Ernesto Araújo no colegiado.

O chanceler defendeu também uma mudança na política comercial com a China - com maior defesa dos interessas nacional - e o acordo de salvaguardas tecnológicas com Estados Unidos para o uso da base de Alcântara. "É um mercado de mais de US$ 200 bilhões. Se tivermos uma parcela de 1% disso já seria incrível", afirmou o ministro.

Durante a visita aos Estados Unidos na semana passada, além do acordo com os EUA, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o País aceitaria abrir mão de vantagens dadas a emergentes na Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca do apoio dos EUA à entrada do País na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para o ministro, o órgão precisa ser atualizado. "Na política comercial, o Brasil não vinha usando corretamente sua capacidade negociadora. Em muitos relacionamentos havia uma tendência de aceitar determinados paradigmas de comércio sem negociar ao nosso favor", afirmou completando: "Brasil vinha preso a certos dogmas de atuação."

Segundo Araújo, a reforma do OMC é necessária nos próximos anos. "Inevitável", afirmou aos parlamentares presentes na reunião.

O ministro abriu a exposição defendendo nove pontos de atuação do Itamaraty que vão desde da defesa da "grandeza" do País no mundo, mudança da política em busca da "visão correta" do mundo e defesa da democracia no País e na região - em referência a Venezuela. "O regime Maduro alberga organizações criminosas e terroristas de toda forma bem ao lado da nossa fronteira.", afirmou.

O convite atende a requerimentos dos deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da comissão; Claudio Cajado (PP-BA); Perpétua Almeida (PCdoB-AC); Alessandro Molon (PSB-RJ); Tadeu Alencar (PSB-PE); Glauber Braga (PSOL-RJ) e Vanderlei Macris (PSDB-SP).

Alguns pontos centrais devem entrar na pauta com perguntas da oposição: cessão da base de Alcântara aos Estados Unidos, liberação de vistos sem reciprocidade e a transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém. O assessor especial da Presidência Felipe G. Martins também acompanha a audiência.

O chanceler afirmou que a defesa da democracia tem seu ponto fundamental da política externa brasileira. "É o pilar fundamental de tudo que fazemos. Um princípio a nos guiar com o exterior. Um País democrático tem o direito de promover a democracia na sua região e ao redor do mundo". Ele afirmou ainda a defesa da liberdade, uso da política externa para contribuir no aquecimento economia, fortalecimento do bilateralismo.

Estão presentes ainda na sessão os embaixadores de Luxemburgo, Uruguai, Espanha e diplomatas americanos.

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