Economia

Focus vê retração maior do PIB em 2015, de 1,01%

Redação Folha Vitória

Brasília - O mercado financeiro manteve a aposta de que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 ficará negativo em torno de 1,00%, aumentando ligeiramente a estimativa de retração para 1,01% este ano, de acordo com o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 6, pelo Banco Central. Foi a décima-quarta revisão seguida para baixo desse indicador, que, há quatro semanas, mostrava uma estimativa de queda de 0,66%.

Para 2016, a expectativa segue um pouco mais otimista, melhor em relação à última semana. A previsão de alta de 1,05% foi substituída pela de 1,10%. Para a produção industrial, a mediana das estimativas passou de uma queda de 2,42% para este ano para baixa de 2,64%. Quatro semanas atrás, estava em -1,38%. Para 2016, as apostas de expansão para a indústria caíram de 1,68% para 1,50. Há quatro edições da pesquisa Focus, a previsão era de alta de 2,40%.

Para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a mediana das previsões dos analistas do setor privado ficou estável em 38,00% - mesmo patamar de quatro semanas atrás. No caso de 2016, as expectativas seguem em 38,90% - abaixo dos 39,15% vistos um mês atrás.

Selic

O mercado financeiro manteve o consenso de que haverá uma elevação da Selic dos atuais 12,75% ao ano para 13,25% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para o fim de abril. Além disso, de acordo com o Focus, para o fim deste ano, a mediana das previsões foi mantida em 13,25%. Há um mês, a estimativa era de que a Selic encerrasse 2015 em 13,00% ao ano. A taxa média do ano foi ampliada de 13,06% ao ano para 13,16%. Quatro semanas antes, essa taxa média estava em 12,88% ao ano.

Para o fim de 2016, a mediana das projeções foi mantida em 11,50% ao ano de uma semana para outra. Esta é a décima quarta semana consecutiva que a taxa está estacionada neste patamar. Apesar disso, a previsão mediana para a Selic média do ano que vem subiu de 11,92% ao ano para 11,95% - a taxa observada há um mês era de 11,68%. Isso embute a perspectiva de que a Selic subirá para além do que é esperado para o fechamento do ano e que depois, o Copom voltará a reduzir a taxa.

No caso dos economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 de médio prazo, a Selic encerrará este ano em 13,75% ao ano e 2016, em 12,00%, como já previam na semana anterior.

Administrados

Centro das discussões sobre o rumo da inflação deste ano, as projeções para a alta dos preços administrados no Focus se mantiveram em 13,00% para 2015, depois de 16 semanas consecutivas de aumentos nas projeções para o indicador. Um mês antes, a mediana estava em 11,18%. Para o BC, a alta desse conjunto de preços deve ficar circunscrita ao primeiro trimestre.

Já para 2016, a expectativa a de que a pressão para a inflação desse conjunto de itens seja menor. A mediana das estimativas continuou em 5,50% pela oitava vez consecutiva.

Balança comercial

As projeções do mercado financeiro para a balança comercial apresentaram ligeira melhora para 2015. A mediana das estimativas para o saldo comercial em 2015 subiu de um saldo positivo de US$ 4 bilhões para US$ 4,02 bilhões - um mês antes essa previsão já estava em US$ 4 bilhões. Para 2016, no entanto, a mediana das projeções passou de um superávit de US$ 10,50 bilhões para US$ 10 bilhões - o patamar apontado há um mês era de US$ 10,40 bilhões.

No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro diminuiu suas previsões de déficit e a mediana para 2015 passou de US$ 77,10 bilhões para US$ 77 bilhões de uma edição da Focus para a outra. Quatro semanas atrás estava em US$ 79,10 bilhões. Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo retornou ao patamar de US$ 70 bilhões depois de ter caído a US$ 69 bilhões na semana passada.

Para esses analistas o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) será insuficiente para cobrir esse resultado deficitário em 2015 e também no ano que vem, já que a mediana das previsões se manteve em US$ 56 bilhões no caso de 2015 e passou de US$ 57,40 bilhões para US$ 58 bilhões no de 2016.

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