País bate recorde de passageiros em trens e metrôs em 2014, diz ANPTrilhos
Brasília - Os trens e metrôs transportaram 2,9 bilhões de passageiros em 2014, com média diária de 9,8 milhões. Foi um recorde e um acréscimo em relação a 2010, quando foi transportado 1,9 bilhão. A média de crescimento de lá para cá foi de 10% ao ano, mas isso mudou em 2014. No ano passado, o números de passageiros cresceu 4,4%. "Esses números mostram que o setor passa por um congestionamento", disse a superintendente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Roberta Marchesi.
A ANPTrilhos apresentou, há pouco, o "Balanço do Setor Metroferroviário de Passageiros 2014/2015". O documento mostra que, no ano passado, o Brasil acrescentou apenas 30 quilômetros de trilhos. Isso significa crescimento de apenas 3% na malha ferroviária para transporte de passageiros no País. Parte do pequeno crescimento se deveu à baixa execução de obras relacionadas à Copa do Mundo, que deveriam ter acrescentado 79,4 quilômetros ao sistema, como o VLT de Cuiabá.
De acordo com a ANPTrilhos, há 20 projetos metroferroviários em execução ou concedidos para investimentos pela iniciativa privada. A expectativa é de que eles saiam do papel até 2020, acrescentando 336 quilômetros à malha existente. Outros 18 projetos estão em carteira e podem, se licitados, acrescentar 1,3 mil quilômetro ao sistema metroferroviário do País.
O receio, contudo, é em relação ao potencial da Operação Lava Jato de levar as empreiteiras envolvidas a paralisarem obras. "Sabemos que o Brasil passa por uma situação atípica, mas é importante que os sistemas em andamento não sejam paralisados", disse a superintendente.
O setor também reclama da mudança na desoneração da folha de pagamento pelo governo. O aumento na alíquota deve impactar nos custos do setor. A desoneração ampliou em 8% o número de postos de trabalho, segundo a ANPTrilhos. Segundo a ANPTrilhos, os três maiores operadores metroferroviários do País afirmaram que a mudança na carga tributária implicará em um aumento de custo de R$ 73 milhões em 2015.
Os custos do setor devem crescer em decorrência do encarecimento da energia, que representa 20% das despesas de operação e, desde outubro do ano passado, já cresceu 95%. A folha e a energia representam 70% das despesas das empresas.