Impostos representam mais de 40% no valor dos ovos de Páscoa, bacalhau e vinho
O bacalhau importado, por exemplo, carrega 43,78% em impostos, já os vinhos importados e nacionais têm 69,73% e 54,73% em tributos
Você com certeza já ouviu alguém reclamando do preço dos ovos de chocolate, tradicionalmente consumidos na Páscoa. E a reclamação tem uma razão: cerca de 40% do valor final do produto é composto por diferentes taxas, impostos e contribuições. Isso significa que em um ovo que custa R$ 100, aproximadamente R$ 40 são relativos a impostos.
De acordo com o advogado tributarista Samir Nemer, não são só os ovos de chocolate os “vilões” desta época do ano. O bacalhau importado, por exemplo, carrega 43,78% em impostos, já os vinhos importados e nacionais têm 69,73% e 54,73%, respectivamente, em tributos.
Já quem optar por almoçar fora no domingo de Páscoa tem que se preparar para desembolsar 32,3% da conta em tributos. A sobremesa vai ser amarga com as tributações de 39,61% do chocolate, 38,68% da colomba pascal e 37,61% do bombom.
“A elevada tributação dos itens da Páscoa se deve ao fato de serem considerados bens supérfluos, já que no Brasil a tributação é muito concentrada no consumo, o que acaba elevando os preços dos produtos e, muitas vezes, impedindo que o contribuinte consuma mais e melhor”, explicou o advogado tributarista Samir Nemer.
O especialista critica a tributação no Brasil e defende a necessidade urgente de uma reforma. “Seria necessário fazer uma revisão de toda a carga tributária de todos os produtos no Brasil. A energia elétrica, por exemplo, é um produto essencial para os brasileiros, porém ela tem taxas de ICMS das maiores que existem no nosso sistema tributário. É necessária uma revisão tributária urgente”, finalizou.
Confira a carga tributária dos itens mais consumidos na Páscoa:
Almoço em restaurante: 32,30%
Azeite: 22,57%
Bacalhau importado: 43,78%
Bombom: 37,61%
Batata: 18%
Chocolate: 39,61%
Coelho de pelúcia: 29,92%
Colomba pascal: 38,68%
Espumante nacional: 57,90%
Ovo de Páscoa: 38,53%
Peixe: 18%
Vinho importado: 69,73%
Vinho nacional: 54,73%