Economia

Efeito El Niño? Economista do ES explica por que azeite já custa mais de R$ 50

Apesar de nunca ter sido considerado um produto barato por excelência, os valores praticados nos supermercados vêm aumentando nos últimos meses

Guilherme Lage

Redação Folha Vitória
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Um item bastante conhecido e amado pelos brasileiros, o azeite tem deixado o almoço e o jantar de alguns consumidores não apenas mais saborosos, mas também bem mais salgados. Isso porque o produto sofre com uma crescente no preço já há quase dois anos. 

Apesar de nunca ter sido considerado um produto barato por excelência, os preços do azeite têm assustado os consumidores, que se deparam com o óleo de azeitonas nas gôndolas de supermercados.

Mas por que o preço do produto está nas alturas, afinal? A resposta é simples: situações climáticas adversas, como explica a economista capixaba Flávia Rapozo. 

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A Europa enfrenta um período de seca, muito intensificada por conta do fenômeno El Niño. A estiagem atinge as plantações de azeitonas, principalmente em países como Espanha e Portugal, de onde o Brasil costuma importar o azeite. 

O problema é ainda maior na Espanha, de acordo com a economista, uma vez que o país é quem comanda o abastecimento de azeite em todo o mundo. 

"A gente vai sentir este aumento ainda durante um tempo. Por conta da seca na Europa, Espanha e Portugal são muito afetados. A Espanha detém 45% do consumo é 70% da produção de azeite em toda a União Europeia. É mesmo a lei da oferta e demanda. Como há pouco produto, consequentemente, um aumento dos preços nas gôndolas vai ser sentido", explica a economista. 

Segundo Flávia Rapozo, de março de 2023 ao mesmo período deste ano, o produto teve um aumento de, em média, 48% na embalagem de 500ml e 29,4% na embalagem de 250ml. 

Em 2023, era possível encontrar o produto a mais de R$ 30 em alguns supermercados do Espírito Santo. Este ano, garrafas já são encontradas com preços que superam os R$ 40, muitas delas superando R$ 50. 

Previsões de melhora nos preços

Thiago Soares/Folha Vitória
Divulgação/Mapa

Segundo a economista, ainda não é possível prever quando haverá uma melhora nos preços do produto. Isso porque a primeira previsão, feita no fim do ano passado, não se concluiu. 

"Para se ter ideia, a previsão era que ao fim do primeiro trimestre deste ano, começasse a mudar. Isso não aconteceu, então ainda é cedo para falar sobre uma nova previsão", disse. 

E a verdade é que para realmente haver uma mudança significativa nos preços do azeite, é necessário que as chuvas voltem à Europa. E para isso não há solução imediata, resta esperar. 

Rapozo explica que a Espanha já passou por problemas parecidos no passado e que o fato da produção mundial ser concentrada em poucos países, torna a situação complicada. 

"Já houve problemas com safra, de clima. Quando há uma produção muito concentrada, qualquer fator que aquele local venha a sofrer, nós vamos sentir. A Espanha responde por essa parcela gigante da produção mundial e, consequentemente, no Brasil, ficamos sujeitos a esta situação". 

Cuidados para não comprar produtos falsificados

Com a alta demanda e nos preços, além da baixa nos produtos, é comum que muitas pessoas sejam vítimas de golpes. Isto é, comprem um item pensando que é azeite, mas se trata de outro tipo de óleo. 

A economista explica que os consumidores devem ficar atentos a este tipo de problema enfrentado por muitas pessoas. 

"É uma questão em que a população precisa ficar atenta, principalmente com produtos que podem ser enganosos. Muita gente compra óleo com azeite pensando que é azeite puro. Isso deve aumentar durante este período", alerta. 

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