Espírito Santo tem atraído investimentos de grupos estrangeiros
A sétima reportagem da Série “Logística é a Solução”, exibida nesta terça-feira (27), no programa ES no AR da TV Vitória/Record, mostra que os novos grupos estrangeiros começam a se instalar no Estado, atraídos pelas oportunidades geradas pela cadeia de petróleo e gás.
Desde 2006, o Espírito Santo é o segundo maior produtor de petróleo e gás do Brasil. Atualmente, a produção no litoral capixaba atinge a marca de 350 mil barris de petróleo por dia. Também foi no litoral do Estado que o país inaugurou a extração de óleo na camada pré-sal em setembro de 2008.
Com importantes jazidas de petróleo na costa, o Estado atraiu imediatamente a atenção dos principais operadores da cadeia de óleo e gás. Uma dessas empresas ocupa uma área de 82 hectares, na Barra do Sahy, no município de Aracruz. Em 2015, o estaleiro Jurong Aracruz deve entregar a primeira sonda construída no Espírito Santo.
Inicialmente, o estaleiro vai produzir sete sondas e dois navios plataformas que vão atuar na extração de petróleo no litoral brasileiro. Quando todo o empreendimento estiver concluído, o Espírito Santo fará parte da competitiva rede mundial de construção naval e a expectativa é de que sejam empregadas ao menos cinco mil pessoas.
A estrutura do estaleiro estará preparada para atender não só as demandas da Petrobras, mas as exigências do mercado mundial na fabricação de embarcações e estruturas básicas das plataformas de petróleo. Isso vai gerar negócios para fornecedores locais, além de emprego e renda. “Inicialmente, por cinco anos nós nos programamos para o investimento de R$ 4 milhões, para mandar os estudantes do Ifes para serem formados em pós-graduação em Singapura. Além disso, temos os treinamentos que ocorrem aqui e já foram treinadas 1.995 pessoas em diversas áreas focadas para a operação do estaleiro, como soldador, montador, eletricista e outros. Essas pessoas foram treinadas desde 2012 e esse ano a previsão é de que mais 2.200 pessoas sejam treinadas”, destaca a diretora do estaleiro, Luciana Sandri.
Outros grupos estrangeiros também demonstram interesse em investir no Estado. Um grupo árabe anunciou em outubro do ano passado a construção de um porto e uma base logística no município de São Mateus. Considerando este panorama, outras empresas começam a se instalar no Estado, atraídas pelas oportunidades geradas por essas cadeias produtivas. “Primeiro nós mapeamos todo o município sabendo das suas potencialidades e dificuldades. Nós sabemos da demanda de cada bairro, cada comunidade, cada distrito; e também sabemos do potencial de cada região. Principalmente na nossa orla, que tem um potencial de crescimento na área portuária, o que proporciona uma logística extraordinária, já que nós temos a linha férrea, temos rodovias e aeroportos que vão nos possibilitar uma competitividade diante de outros municípios do estado do Espírito Sano”, disse o prefeito de Aracruz, Marcelo Coelho.
Mas a cadeia de óleo e gás é movimentada no Espírito Santo por empresas e terminais ao longo de toda a costa. No Porto de Vitória, administrado pela Codesa, está instalada a CPWW, que é a Companhia Portuária de Vila Velha, especializada em operações off shore. Também estão as bases da Technip e da Prysmian, fornecedoras de cabos umbilicais para a produção de óleo e gás.
O Porto de Vitória foi a principal plataforma para o início das exportações de celulose, minério de ferro e produtos siderúrgicos do Espírito Santo. Mas, na medida em que a demanda por esses produtos foi aumentando, as operações foram transferidas para terminais maiores e especializados. Assim, de ciclo em ciclo, o Porto de Vitória movimenta a economia capixaba há 108 anos.
Segundo os especialistas, o porto deve continuar tendo um papel importante por pelo menos mais 50 anos. O futuro está na indústria do petróleo e gás. Dos 3.400 navios que encostam no Porto de Vitória todos os anos, pelo menos 1.200 estão ligados as operações off shore. “O porto pode continuar tendo as suas atividades em paralelo às atividades off shore e carga geral também com navios menores. Então haverá sempre como operar pelo Porto de Vitória por muitos anos”, explica o presidente da Codesa, Clóvis Lascosque.