Economia

Levy quer que BNDES divida riscos com setor privado no crédito à infraestrutura

Redação Folha Vitória

Londres - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a defender que o Brasil deve usar a boa experiência como emissor de dívida pública para criar instrumentos de dívida destinada a financiar obras de infraestrutura. Para isso, defende que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divida riscos com o capital privado. Esse compartilhamento de riscos dependerá de cada projeto, disse o ministro a uma plateia de empresários britânicos e brasileiros em jantar da Câmara Brasileira de Comércio no Reino Unido na capital britânica.

"Queremos usar a experiência que temos com dívida pública em moeda local", disse, ao lembrar que os papéis da dívida brasileira são um "ativo de classe global" e muitos investidores estrangeiros têm Notas do Tesouro Nacional série B na carteira. A intenção, diz Levy, é usar a bem sucedida experiência com a popularização da dívida pública brasileira para lançar novos instrumentos de dívida e levar o dinheiro privado para financiar a infraestrutura.

Para isso acontecer, diz Levy, é preciso ter algumas garantias. Então, o BNDES entra em cena para dividir as garantias com o setor privado. "Isso vai deixar mais fácil financiar o setor privado e essa é uma das razões de eu ter vindo para cá, que é o coração do mercado, dos investidores de longo prazo."

Sobre o porcentual da operação que pode contar com o apoio do BNDES, Levy disse que cada operação será analisada individualmente e citou como exemplo o caso da concessão da ponte Rio-Niterói, que teve apoio de 25% do banco de desenvolvimento. "O papel do governo é escolher o barítono ou o cantor. É ver se o teatro está limpo, pronto para operar e ver se vai abrir na hora certa. É deixar o setor privado ter o seu papel", disse.

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