Panificados e cebola surpreendem ao pressionar inflação em SP, diz a Fipe
São Paulo - Os preços dos Panificados e da cebola surpreenderam a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e ajudaram a pressionar a inflação captada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na terceira quadrissemana de maio. Em entrevista ao Broadcast, o coordenador do indicador, André Chagas, disse que o comportamento do segmento e do item do grupo Alimentação foram importantes para a Fipe passar a considerar uma projeção maior para a inflação em maio na cidade de São Paulo. O instituto elevou a estimativa de 0,49% para 0,60%.
Na terceira quadrissemana de maio, no âmbito do IPC, o segmento de Panificados apresentou alta de 1,41%. "Esperávamos uma variação de 0,97%", disse Chagas, citando um número idêntico ao apresentado por Panificados na segunda leitura do mês. "O pão francês e o pão de forma foram os que mais contribuíram para o aumento", comentou, referindo-se aos itens que tiveram avanços, pela ordem, de 1,69% (ante 1,20%) e 1,37% (ante 0,45%).
Para Chagas, o comportamento dos Panificados deve ter alguma ligação com o mercado de trigo e farinhas em geral. "Também pode ter um impacto de dólar e um repasse de outros custos, como as altas de energia elétrica, ao consumidor", afirmou.
Quanto à cebola, o item apresentou elevação expressiva de 29,73%, que superou o aumento de 18,08% observado na segunda quadrissemana. O comportamento foi decisivo para surpreender a Fipe na avaliação do segmento de Tubérculos. "Prevíamos uma alta de 2,45% e veio 7,50%", comentou Chagas.
Para o coordenador, a cebola já vinha dando sinais de aumentos importantes nos mais recentes levantamentos da Fipe, mas a variação da terceira quadrissemana foi "absurdamente elevada". Nas pesquisas mais recentes da Fipe (que ainda vão ser computadas nas próximas pesquisas), o item está subindo 54,13%. "Possivelmente é algum problema de produção ou escoamento ou de alguma colheita para justificar um aumento tão drástico assim", sugeriu.
Além das surpresas com Panificados e com a Cebola, André Chagas lembrou que um tradicional vilão da Alimentação continua pressionando os preços em São Paulo. Na terceira quadrissemana de maio, o tomate apresentou alta de 12,89%. Foi menos expressiva que a de 15,23% da segunda leitura do mês, mas suficiente para gerar impacto no IPC.
Outro alimento que mereceu destaque da Fipe foi a carne bovina. Na terceira quadrissemana, o segmento subiu 3,71% ante 3,68% na segunda leitura de maio.
A Fipe espera que a Alimentação encerre o mês de maio com uma alta de 0,71%. Na terceira leitura do mês, o conjunto de preços teve variação positiva de 0,76% ante 0,82% da segunda quadrissemana. Em abril, o grupo teve elevação de 0,83%.