Paralisação dos caminhoneiros

Economia

Comerciantes relatam aumento de até 300% em preços de produtos na Ceasa

O preço do saco de batata, com 50 kg, saltou de R$ 65,00 para quase R$ 200,00, no momento em que o produto começou a ficar escasso na Ceasa

Breno Ribeiro

Redação Folha Vitória

Após a paralisação dos caminhoneiros, que acontece em todo o Brasil há 8 dias, os preços de produtos comercializados na Ceasa, em Cariacica, sofreram altas de até 300%. Segundo uma comerciante revendedora, o preço do saco de batata, com 50 kg, saltou de R$ 65,00 para quase R$ 200,00, quando o produto começou a ficar escasso na central de abastecimento.

"Os preços saltaram bastante. Na semana passada eu cheguei a comprar a batata por R$ 65,00, hoje, ele ela é vendida a R$ 180,00 e até R$ 200,00. Isso eleva muito o preço no momento da revenda. Atualmente, estou revendendo a batata a R$ 7,99, o quilo", comenta a comerciante Nalva Ribeiro.

De acordo com o também comerciante Shilmar Passos, outros produtos também registraram altas nos últimos dias, em decorrencia da falta de abastecimento na Ceasa. "Uma caixa de alface, que é vendida com 10 unidades, antes era vendida a R$ 18,00. Agora, a caixa está custando R$ 30,00", diz.

Passos relata que há produtos também que já são raridades de serem encontrados na central de abastecimento. "Os temperos, de uma maneira geral, sumiram de mercado. Cenoura, mamão e laranja também tem sido difícil de encontrar", afirma.

Produtores forçam passagem e alimentos chegam

Feiras sofrem aumentos de 400%

Na sexta-feira (25), a feira de Jardim Camburi também registrou falta de folhagens. No mesmo local, o quilo da batata inglesa foi vendida a R$ 6,99. O mesmo produto era vendido por R$ 1,64 uma semana atrás, no dia 18, o que representa um aumento de 400% no valor.

A alta nos preços hortifrutigranjeiros começou a ser percebida na terça-feira (22) e é uma das consequências da paralisação dos caminhoneiros.

"O jeito é comprar duas batatas só e esperar o sistema voltar, ué? Essa é a hora que se aproveitam do pobre coitado do consumidor", comenta o aposentado José Maria.

Quem foi a alguma feira livre nesta sexta-feira também sentiu falta de alguma coisa. “Não veio o pessoal de Marechal, de Domingos Martins. Só veio o pessoal daqui, eu percebi isso desde que cheguei”, disse a aposentada Fátima Peçanha.

A aposentada Cleusa Aguiar também não encontrou tudo o que procurava. O jeito foi improvisar. “Não encontrei folhas. O jeito é levar chuchu”, comenta.

Paralisação

A paralisação dos caminhoneiros chegou ao oitavo dia e causa reflexos em mais de 20 estados. Com os caminhoneiros de braços cruzados desde a última segunda-feira, os transtornos são observados em serviços essenciais, como transporte público, alimentação e segurança. Uma das principais reclamações da categoria é alta do preço dos combustíveis, mas para as pessoas que resolveram expressar o apoio ao movimento, a causa é muito maior.



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