Lojistas de shoppings da Grande Vitória querem novo diálogo com Governo do ES para reabertura
Segundo a Abrasce, proposta do governo estadual de repetir, nos centros comerciais, o esquema de funcionamento do comércio de rua não compensa devido ao custo de manutenção dos empreendimentos
Mais de 100 lojistas que atuam em shoppings da Grande Vitória participaram de uma carreata realizada na tarde desta segunda-feira (25). Os manifestantes saíram de Vila Velha, passaram pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) e pararam em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, onde ficaram por mais de duas horas.
Os comerciantes pedem ao governador Renato Casagrande que libere a abertura de lojas de shoppings todos os dias, em horário reduzido. "Se o shopping abrir um dia sim e outro não, as aglomerações serão muito maiores, ainda mais que agora vêm datas festivas. Quando você abre todo dia, inexiste esse número de aglomeração. É muito mais fácil controlar isso", argumentou o comerciante Henrique Born, membro da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) no Espírito Santo.
Na última quarta-feira (20), Casagrande chegou a propor a reabertura dos shoppings da Grande Vitória, desde que os lojistas seguissem o mesmo esquema de funcionamento do comércio de rua. Ou seja, as lojas dos shoppings poderiam abrir de segunda a sexta-feira, em dias alternados.
"Da nossa parte, dentro do modelo de comércio de rua, a gente poderia dar um passo adiante, com total controle — porque o shopping pode estabelecer controle, número de pessoas no shopping, mantendo distância entre uma pessoa e outra, quantidade de pessoas dentro de cada loja, como prevê os protocolos", afirmou, na ocasião, o governador.
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Por meio de nota, a Abrasce disse que a proposta do governo para a abertura em dias alternados, igual à do comércio de rua, é considerada inviável para o setor, devido ao custo de manutenção dos empreendimentos.
Ainda segundo a associação, os shoppings da Grande Vitória entregaram um protocolo com mais de 50 medidas de segurança e prevenção para a reabertura de segunda a sábado em horário reduzido, das 12h às 18h, lojas âncoras, serviços e alimentação, e das 14h às 20h, lojas menores (satélites), além de um protocolo que também prevê ações de controle e prevenção de riscos, baseadas em normas internacionais.
A Abrasce informa ainda que aguarda uma nova oportunidade de diálogo para que o assunto seja resolvido o mais rápido possível.
Novo diálogo
Durante a manifestação desta segunda-feira, os lojistas pediram um novo diálogo com o governo, apresentando uma nova negociação sobre o funcionamento das lojas nos shoppings.
"Não tinha condição de se aceitar uma proposta em que a limitação de pessoas é fictícia, cinco, dez pessoas. É a mesma coisa que eu falar: 'vou abrir o shopping e vou botar 100 pessoas lá'. Cem pessoas vão comprar o que? Quem vai consumir? Então ou abre e bota um quesito de segurança, onde você pode ter um número de pessoas razoável consumindo, ou é melhor deixar fechado", afirmou o lojista Vicenzo Quiroz.
Dono de bares e restaurantes em dois shoppings, Vicenzo informou como pretende evitar as aglomerações caso o governo aceite a proposta dos lojistas. "No meu ramo de restaurante, eu sugeriria — acharia totalmente plausível — mesas de um metro e meio, onde você pudesse ter oito, dez mesas funcionando", destacou.
Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/Record TV