Economia

ES terá mais de R$ 60 milhões para o meio ambiente em 2021

Valor será aplicado pela iniciativa privada e pelo governo do Estado em ações de reflorestamento e recuperação do meio ambiente neste ano

Foto: Divulgação/Suzano
Reservas ambientais e áreas de vegetação recuperadas da empresa Suzano, em Aracruz, Norte do ES

A agenda ambiental voltou a ganhar força em 2021, após a cúpula do clima, organizada e liderada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ser realizada entre os dias 22 e 24 de abril. Veja como foi o evento.

O Brasil voltou a ser o centro das atenções após líderes de países desenvolvidos questionarem as políticas públicas do governo brasileiro pelo meio ambiente. Líderes mundiais são unânimes em afirmar que o crescimento econômico só pode acontecer se aliado à sustentabilidade.

No Espírito Santo, iniciativas governamentais e de empresas buscam preservar o que resta do meio ambiente nativo. A Suzano, maior produtora global de celulose de eucalipto, que fica em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, planeja investir R$ 7,8 milhões em 2021. O montante deve ir para iniciativas que visam os reflorestamento e de apoio à recuperação do meio ambiente.

"Nosso programa de restauração investiu R$ 3,4 milhões em 2020, apenas no Espírito Santo. O projeto existe desde 2010 e investiu cerca de R$ 45,8 milhões em ativos ambientais", diz o consultor ambiental da empresa, Deivid dos Santos Pereira.

Para a empresa, os cuidados com o meio ambiente, desde restauração até a preservação da natureza no Espírito Santo, são essenciais para manter a sustentabilidade do meio ambiente e do desenvolvimento da economia capixaba.

"A restauração contribui para oferecer maior biodiversidade e gerar diversos serviços, como a disponibilização de água, regulação do clima, controle de erosão, pragas e doenças. Há um amplo consenso que os programas de restauração possuem um grande potencial para impulsionar a economia por meio do desenvolvimento da cadeia de valor da restauração e de novos negócios baseados nos produtos da biodiversidade e serviços ambientais", completa.

Exemplos dos "pequenos"

Foto: Divulgação/Seama
Família recuperou meio hectare de mata atlântica, o que representa meio campo de futebol

Para ajudar a recuperar o bioma capixaba, não é necessário ser uma grande empresa. João Bárbara Amorim é agricultor em Ibatiba, na região Sul do Espírito Santo. Ele conseguiu apoio financeiro do governo para recuperar parte da mata atlântica em sua propriedade.

Foto: arquivo pessoal
João Barbara Amorim conseguiu apoio financeiro para reflorestar a propriedade
"Com o auxilio, nós conseguimos recuperar meio hectare com plantas nativas da Mata Atlântica. Consegui após ir a uma reunião no meu município em que explicavam como funcionava o Reflorestar. Fiz contato com os técnicos, que visitaram minha propriedade para orientar como eu deveria fazer", relata Amorim.

O investimento previsto em 2021 é de R$ 53,8 milhões. Cada propriedade rural aceita no programa, recebe em média, R$ 20 mil em cinco anos para viabilizar os projetos de reflorestamento. Para saber como participar, basta acessar o endereço eletrônico do programa Reflorestar.

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Mudas foram adquiridas após agricultor receber apoio financeiro

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Vegetação nativa da mata atlântica

Caminho sem volta

Foto: Reprodução/Internet

Apesar de iniciativas sustentáveis serem tomadas por empresas e pelo poder público, o especialista em gestão pública e ambiental da Universidade Federal do Espirito Santo (Ufes), Marison Luiz Soares, afirma que ainda há muito a ser feito, mas que o "pontapé inicial" foi dado.

"De um modo geral, as empresas estão devendo muito nessa questão de crescimento x sustentabilidade. Ainda há muita coisa por fazer, e há que se priorizar essa questão. Não existe outro jeito nem mágica. Acredito que as medidas governamentais também deixam a desejar, mas o cliente está de olho nisso. Se a empresa presta um serviço ou vende algo sem se mostrar comprometida com o desenvolvimento ambiental, ela acaba perdendo mercado", analisa.

Soares também destaca que a população mundial está em uma transição para uma maior consciência na questão ambiental. Para ele, um caminho sem volta.

"A gente tá num paradigma: ou você produz de forma limpa e preserva o nosso planeta ou nossos filhos e netos não poderão viver como nós. A escassez será enorme. Não tem como separar desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Esse movimento é irreversível", completa.

Para aliar desenvolvimento sustentável e crescimento econômico, a Suzano investe em ativos ambientais, que inclui parcerias com instituições internacionais atuando em projetos no Espírito Santo.

"A empresa mantém acordos com universidades, instituições governamentais, clientes e ONGs, como a The Nature Conservancy (TNC), para aperfeiçoar os métodos de restauração. Em 2020, a Suzano iniciou uma parceria com a WWF (Fundo Mundial para a Natureza) para expandir a restauração para além de suas áreas. Foram mapeadas três paisagens prioritárias no estado (Aracruz, bacia do Rio Doce e Norte do ES) para atuação em Áreas de Proteção Permanente (APPs) e Reservas Legais, com foco em recuperação de margens de rios e de nascentes através de restauração ecológica", afirma o consultor ambiental da empresa, Deivid dos Santos Pereira.

O que são ativos ambientais?

São investimentos especificamente pesados como métodos sustentáveis e que ajudam na diminuição dos níveis de poluição. Gastos e bens direcionados para os processos de eliminação ou redução dos danos ao meio ambiente. Tratam-se, portanto, dos investimentos que uma empresa faz em sustentabilidade e redução dos impactos ambientais de suas ações. Os ativos ambientais podem ser representados na forma de estoques, produtos, peças, tecnologia, pesquisa e qualquer outra ação que pode contribuir para a preservação ambiental.

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