RIQUEZAS DE NORTE A SUL

Economia

Rio, praia e mar: Aracruz tem grandes atrativos econômicos na água

Repleto de atrativos culturais e históricos, a cidade do Norte do Espírito Santo é tema do novo episódio da série "Riquezas de Norte a Sul", da TV Vitória

Foto: TV Vitória

Aracruz é o único município do Espírito Santo com aldeias indígenas Tupiniquins e Guaranis. Tem 47 quilômetros de praia, reserva natural e um dos maiores manguezais da América Latina. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal Piraquê-Açu e Piraquê-Mirim está localizada em Santa Cruz, distrito de Aracruz. É lá que o rio deságua, numa praia bucólica, ponto turístico do município.

Há poucos metros da praia, as pessoas encontram a Fonte do Caju. Periodicamente é feita uma análise de pureza da água. Além de ter água potável gratuitamente, os moradores acreditam que a fonte traz outros benefícios.

“Essa aqui é a fonte da juventude, bebo dessa água há anos e olha como estou jovem”, brinca Adimar Cardoso, o Didico, um senhor de 74 anos, morador de Santa Cruz.

Outro ponto turístico e curioso é a Igreja Católica de Santa Cruz, patrimônio histórico e cultural, tombada pelo Conselho Estadual de Cultura. A fachada foi construída bem mais alta e de alvenaria, diferente da parte de trás, que era de estuque. De acordo com historiadores, foi feito assim para impressionar Dom Pedro II, que passou de barco pela região em 1860.

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Outro atrativo de Aracruz é o etnoturismo com os indígenas. Muitos vivem em Coqueiral de Aracruz, local onde está a Coopyguá, Cooperativa de Agricultores Indígenas Tupiniquim e Guarani de Aracruz. Eles organizam e viabilizam a comercialização de produtos agroecológicos produzidos em terras indígenas. O destaque é o mel de abelhas sem ferrão, a Uruçu Amarela, nativa da região.

A Coopyguá é composta por 70 famílias, de 12 aldeias. São quase mil colônias espalhadas no território indígena de Aracruz. Em 2021, tiveram safra recorde: 724 quilos. Até o famoso chef de cozinha Alex Atala consome os produtos da Tupygua. 

Warlei Coutinho de Moraes, técnico em meliponicultora, conta que trabalhar com mel é um resgate da ancestralidade do povo indígena, além disso, gerou emprego e renda.

Foi com apoio da Suzano que os índios de Aracruz se capacitaram para produção de mel. Tudo começou em 2015. Hoje, a empresa oferece suporte técnico. A Suzano é a maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo e uma das maiores produtoras de papéis da América Latina. Atende mais de duas bilhões de pessoas com 11 fábricas espalhadas pelo Brasil. Uma dela está em Aracruz.

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Com foco na sustentabilidade, a empresa, além de gerar emprego e divisas para a região, incentiva a agricultura familiar. 

“As refeições servidas no restaurante são adquiridas direto dos produtores locais por meio da parceria com a Cooperativa de Agricultores Familiares, a CAF”, explica Gerson Peixoto, consultor de desenvolvimento da Suzano.

Em busca de fortalecer a cadeia de fornecedores locais, a Suzano também tem contrato com a Recicle Aracruz. Uma associação de catadores de recicláveis que faz a coleta de materiais na unidade industrial da companhia. 

De acordo com o engenheiro ambiental da empresa Genswesley de Jesus, os catadores também se beneficiam com a venda do resíduo coletado, já que pode ser reaproveitado.

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A praia, que já contamos que é um gerador de renda por meio do turismo, também atrai empresas para Aracruz. Como a Suzano, por exemplo, que exporta para mais de 100 países. Para se tornar mais competitiva no mercado, é preciso ter uma logística que promova a redução de custos. Portocel, que fica em Barra do Riacho, a uns cinco minutos da Suzano, é especializado em celulose e é um dos portos mais eficientes do mundo. Além de operar também com bloco de mármore e granito, e produtos siderúrgicos.

“A Portocel acredita que dedicação carrega o mundo. E a partir dessa máxima, fechamos parceria com o evento de triathlon IronCruz. Uma prova com atletas profissionais e amadores que precisam de muita dedicação para nadar mil e 700 metros, pedalar 60 quilômetros e correr 15 quilômetros por Aracruz”, conta Gislene Rabelo, analista de sustentabilidade da Portocel. O evento acontece dia 9 de julho e está em sua segunda edição.

*Texto escrito pela jornalista Adriana Berlink, da TV Vitória/Record TV.

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