Economia

Inteligência Artificial vai dominar negócios e movimentar US$ 15 tri no mundo

Esse e outros dados sobre tecnologia e inovação no Brasil e no mundo foram debatidos por especialistas durante Espírito Startups Conference, nesta sexta (26)

Mais de US$ 15,5 trilhões. Essa é a projeção do valor que os negócios baseados em inteligência artificial vão gerar no mundo todo até 2030, de acordo com a consultoria PwC. O Fórum Econômico Mundial também tem suas projeções e estima que 70% de todo valor gerado no mundo nos próximos 10 anos virá de modelos de negócios digitais.

Inteligência artificial e o novo cenário da inovação foram os temas principais da terceira edição do Espírito Startups Conference, realizado nesta sexta-feira, 26. O evento, promovido pela Apex em parceria com a Rede Vitória, reuniu os principais stakeholders do ecossistema de inovação do Espírito Santo e do Brasil para falar sobre assuntos de relevância para o cenário de tecnologia regional e nacional.

Foto: Everton Nunes

Na ocasião, o diretor-executivo da Futura, Heitor Fernandes, apresentou dados da inovação no Brasil e no mundo. Entre eles, o de que o tamanho do mercado global de startups estimado em 2020 era de US$ trilhões, de acordo com a Global Startup Ecosystem Report.

Segundo Heitor, no Brasil, cinco segmentos representam 50% do total de startups: Fintech – startups de finanças (12,7%), Martech – de Marketing (10,2%), Retailtech – do varejo (10%), Healthtech – de saúde (10%) e Edtech – startups de educação (7,1%). Os dados da Futura indicam ainda que há 13 mil startups ativas no Brasil. Destas, 77% estão no mercado há menos de três anos.

Foto: Everton Nunes
Heitor Fernandes

O head do Folha Business, Ricardo Frizera, apresentou, durante o evento, tendências da transformação digital e afirmou, baseado em estudos internacionais, que inteligência artificial, telecomunicações, energia limpa e mobilidade são as principais tendências em tecnologia, mas que apenas que a inteligência artificial é a única considerada de alta relevância para todos os setores da economia.

“Empresas que se destacam no mercado são aquelas que têm estratégia ousada, constroem ativos digitais e conseguem atrair e reter talentos”, afirmou.
Foto: Everton Nunes
Ricardo Frizera

O primeiro painel do evento, sobre “Como as grandes empresas estão aplicando as novas tecnologias”, foi com ex-Chief Information Officer Global da Vale e investidor-anjo, Gustavo Vieira, e o diretor em transição na Casa do Adubo, Raphael Covre, com mediação do head de Operações no Hugb, Júlio César Pessanha.

“Eu gosto do termo transformação do negócio, no lugar de transformação digital, porque para cada segmento de empresa pode ter um objetivo diferente, com soluções diferentes. É necessário partir do princípio de uma visão futura, de estratégia, e unir tecnologia à estratégia da empresa. A partir daí derivam as ações na busca pelas tecnologias mais apropriadas para aquele momento da empresa. O que não pode é ficar para trás”, refletiu Gustavo.
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Gustavo Vieira

Raphael concordou que a jornada de tecnologia depende de cada negócio, mas ressaltou que é preciso começar pela base. 

“Trazer os times internos, as pessoas que estão dentro da organização, é muito importante. O primeiro passo para a mudança tecnológica é mudar a cultura da organização.”
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Raphael Covre

O especialista em Tecnologia e Inovação e CEO da IFTL, uma edtech focada em capacitação de líderes de tecnologia, Thiago Lima, fez uma apresentação sobre o futuro da inteligência artificial e seus impactos nos negócios.

Thiago citou exemplos bem atuais, como o chat GPT, e também temas mais especulativos, como a super inteligência artificial, que é a inteligência artificial ultrapassando a humana. Mas as discussões do momento estão, segundo ele, em torno da privacidade de dados, da ética, da privacidade de dados, da propriedade intelectual, da criatividade e da consciência.

“A inteligência artificial é uma ótima saída para automatizar processos e gerar mais eficiência para as empresas. Empresas que souberem jogar esse jogo vão ter uma vantagem competitiva. Mas o que muda para as pessoas? A previsão é que existam só dois tipos de emprego: especialistas e criativos. Também haverá uma reestruturação dos modelos de educação, uma estruturação do que é ético e moral e uma descentralização do poder do governo.”
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Thiago Lima

No painel “Razão do sucesso: o que fizeram aqueles que estão sobrevivendo ao novo cenário?”, Ricardo Frizera mediou a conversa entre o fundador da Zaitt e Shipp, Rodrigo Miranda, e o cofundador da Alude, Alexandre Dubugras.

Para Rodrigo, quem consegue sobreviver é porque foca em três atributos: estratégia, finanças e gestão. 

“Estratégia é entender que se estou no mercado estou competindo com alguém. Qual é o diferencial do meu negócio? As finanças são o coração da empresa. E gestão não é só medir performance, mas também medir se não estou gerando apenas lucro, mas também entregando a minha proposta de valor para o meu cliente.”
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Rodrigo Miranda

De acordo com Alexandre, a receita de sucesso é estar muito próximo do cliente. 

“Tem que ter um produto que, de fato, gere valor na vida do cliente. O foco deve ser o produto, criar uma coisa que as pessoas querem. O fundador precisa estar obcecado no cliente, em melhorar a vida do cliente.”
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Alexandre Dubugras

O Espírito Startups Conference contou ainda com um painel sobre “A nova realidade do investimento em startups”, com o CEO da TM3 Capital, Marcel Malczewski; o diretor de Mercados Privados da Apex, Thompson Alves, e o founding partner da DGF Investimentos, Sidney Chameh, com mediação do vice-presidente de Operações e Finanças da Apex, Angelo Dalla Bernardina.

Foto: Everton Nunes

Houve ainda duas apresentações de cases de sucesso: uma de Vinicius Melo, que apresentou o caso da Yooga, uma plataforma de sistema de gestão, e outra de Júlia Schuwartz, vencedora da segunda temporada do Espírito Startups, que falou sobre a Maya Tecsaúde.

A terceira temporada do reality Espírito Startups, aliás, foi anunciada durante o evento. A nova temporada tem estreia prevista para o dia 15 de julho, às 14 horas, na TV Vitória / Record TV.