Economia

Auxiliar do Kremlin aponta para manutenção do 'status quo' nas sanções à Rússia

Autoridades russas disseram anteriormente que Moscou estava pronta para expandir as penalidades contra o Ocidente se as tensões políticas ao estilo Guerra Fria se aprofundassem

Redação Folha Vitória
Assessor do Kremlin disse que situação traz vantagens para os negócios russos Foto: Divulgação

São Petersburgo, Rússia - A Rússia e o Ocidente devem manter o "status quo" nas sanções bilaterais no futuro previsível, uma situação que na prática traz algumas vantagens para os negócios russos, disse um assessor do Kremlin neste sábado.

"Temos encontrado algum equilíbrio em termos de sanções e anti-sanções. E esse equilíbrio será mantido, é o consenso", disse Andrei Belousov, um ex-ministro da economia, em entrevista ao The Wall Street Journal.

Autoridades russas disseram anteriormente que Moscou estava pronta para expandir as penalidades contra o Ocidente - conhecido domesticamente como anti-sanções - se as tensões políticas ao estilo Guerra Fria se aprofundassem. Mas o comentário de Belousov sugere que o Kremlin não está interessado em agravar suas relações com o Ocidente, dado que a Rússia ainda precisa se recuperar da crise que desvalorizou o rublo e levou a economia a despencar.

"Minha visão é que vamos manter o status quo. As anti-sanções não serão nem expandidas nem aliviadas", disse Belousov.

Atingida pelas restrições impostas após a anexação da Crimeia e seu apoio aos rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia, a Rússia retaliou em agosto passado os países que participam das sanções, proibindo importações de uma vasta gama de alimentos provenientes dessas nações. Discursando em um fórum econômico anual em São Petersburgo na sexta-feira, o presidente Vladimir Putin disse que as penalidades alimentares tinham privado a Europa de cerca de 100 bilhões de euros (US$ 113,6 bilhões).

Mas a Rússia também sofreu substancialmente com as sanções, registrando mais de US$ 150 bilhões em saídas líquidas de capitais no ano passado. Em 2015, a saída líquida podem chegar a cerca de US$ 100 bilhões, de acordo com as previsões do banco central.

Belousov disse que o impacto mais "doloroso" das sanções ocidentais foram a perda do acesso ao mercado de capitais pelos bancos e empresas russas, o que também contribuiu para a rápida depreciação do rublo. O sistema financeiro russo, no entanto, se ajustou à nova realidade, disse Belousov. De acordo com ele, dada a estabilização do mercado financeiro russo, investidores agora acreditam que a taxa de câmbio para o rublo também vai se estabilizar. Ele disse que a taxa deve flutuar dentro de uma estreita faixa entre 50 e 57 frente o dólar e que flutuações excessivas serão tratadas pelo banco central. Na sexta-feira, o dólar foi cotado a 54 rublos.

Fonte: Dow Jones Newswires

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